Presidentes da Odebrecht e Andrade Gutierrez são levados para presídio
Por Ricardo Brandt, enviado especial a Curitiba, Fausto Macedo e Julia Affonso
Os
oito presos da 14ª fase da Operação Lava Jato, entre eles os
presidentes das construtoras Odebrecht, Marcelo Bahia Odebrecht, e
Andrade Gutierrez, Otávio Marques de Azevedo, foram transferidos na
manhã deste sábado 25, por volta das 10h, para o Complexo Médico-Penal,
em Pinhais, região metropolitana de Curitiba.
O
juiz federal Sérgio Moro, que conduz os processos da Lava Jato,
determinou a transferência atendendo pedido da Polícia Federal. O pedido
de transferência dos 8 presos da Operação Erga Omnes, como foi batizada
a 14ª fase da Lava jato, seria porque o espaço da custódia da
superintendência da PF, em Curitiba, é pequeno.
No
Complexo, para onde foram levados os executivos na manhã deste sábado,
não há chuveiro individual, ou seja, o banho é coletivo. E o vaso
sanitário é o chamado 'boi', um buraco no chão - o preso tem de ficar de
cócoras, sentado sobre os calcanhares.
As
celas do presídio são "no mínimo 80% maiores" que as mais amplas celas
da Superintendência da PF na capital paranaense. As visitas podem ser
realizadas às sexta feiras, "no período vespertino, no pátio do
complexo".
O juiz Sérgio Moro concordou com os argumentos do
delegado federal Igor Romário de Paula, que "a carceragem da Polícia
Federal, apesar de suas relativas boas condições, não comporta, por seu
espaço reduzido, a manutenção de número significativo de presos"."Por
outro lado, a ala específica do Complexo Médico Penal disponibilizada
pela Secretaria de Segurança Pública do Paraná é local adequado para a
acomodação dos presos no sistema prisional estadual, talvez até com
melhores condições do que as da carceragem da Polícia Federal."
Marcelo
Odebrecht e Otávio Marques de Azevedo estão presos desde 19 de junho.
Nesta sexta-feira, todos foram denunciados formalmente pelo Ministério
Público Federal.
Seus advogados afirmam que eles não têm envolvimento com o esquema de corrupção instalado na Petrobrás.
O
Complexo Médico-Penal já abriga outros investigados e réus da operação,
como o ex-diretor de Serviços Renato Duque, o lobista e operador de
propinas do PMDB Fernando Antonio Falcão Soares, o Fernando Baiano, e os
ex-deputados André Vargas (ex-PT, hoje sem partido) e Pedro Corrêa
(ex-PP).
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