Pressionados vereadores cortam em 74% os próprios salários
SÃO PAULO - Era
para ser votada uma proposta que dobraria os rendimentos dos vereadores
na Câmara Municipal de Santo Antônio da Platina, município paranaense a
cerca de 360 km de Curitiba, na tarde da última quarta-feira (15). No
entanto, a população conseguiu um feito histórico ao lotar o plenário em
pressão sobre os políticos na sessão. Em vez do aumento de R$ 3,5 mil
para R$ 7,5 mil em seus vencimentos, os vereadores aprovaram uma queda
inédita de 73,78% em seus próprios salários, que passou para R$ 970
mensais.
O projeto, com a emenda da alteração, foi aprovado
por 7 votos favoráveis a 1 contrário e a terceira votação está marcada
para a próxima sexta-feira (17), às 17h. Sem a emenda, o salário do
presidente da Câmara do município saltaria dos atuais R$ 4,09 mil para
R$ 8,5 mil, do prefeito iria de R$ 14,7 mil para R$ 22 mil, e do vice de
R$ 8,5 mil para R$ 13,5 mil. Agora, os respectivos rendimentos deverão
ser de R$ 970 mil, R$ 12 mil e R$ 970 mil.
Único a votar contra os
cortes de salário, o vereador Sebastião Vitral dos Santos Furtado, o
Santinho Furtado, disse que a emenda que reduz os vencimentos
drasticamente é demagógica, e que em todos os anos que atuou na
política, nunca viu uma situação parecida, onde os vereadores recuam da
própria proposta de dobrar o salário e ainda o reduzem para o mínimo,
conforme noticiou o portal CGN. Na mesma sessão, outro projeto que
previa a elevação no número de vereadores de 9 para 13 foi retirado
definitivamente da pauta.
Durante a discussão sobre a redução de
salários, houve bate-boca entre políticos e muito barulho por parte dos
cidadãos presentes. Alguns vereadores tentaram justificar a ideia de
dobrar os salários, mas as pesadas vaias interromperam até suas
argumentações. O projeto que previa dobrar salários chegou a ser
aprovada em primeiro turno ocorrido na última segunda-feira (13), mas a
mobilização popular foi mais forte. Organizado via redes sociais e nas
vizinhanças, a população local se impôs e reverteu a tendência de
aumento nos rendimentos de seus políticos. Imagine se a moda pegar no
resto do Brasil?
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