Alergias alimentares costumam afetar de 6% a 8% das crianças abaixo de três anos
Alergias alimentares costumam
afetar de 6% a 8% das crianças abaixo de três anos
Pais e mães que têm crianças com alergia a algum
alimento podem respirar mais aliviados. Uma resolução de junho de 2015 da
Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) determinou que os alimentos
industrializados passem a colocar nos rótulos dos produtos informações
destinadas a pessoas com alergia alimentar. A ideia do órgão é informar o
consumidor sobre a presença de determinados alimentos que podem provocar
reações alérgicas para, assim, prevenir futuras crises.
Na resolução da Anvisa, os rótulos de alimentos e
bebidas deverão informar a existência de 17 alimentos ou de seus derivados. São
estes: trigo (centeio, cevada, aveia), crustáceos, ovos, peixes, amendoim,
soja, leite de todos os mamíferos, amêndoa, avelã, castanha de caju, castanha
do Pará, macadâmia, nozes, pecã, pistaches, pinoli, castanhas, além de látex
natural.
Assim, a informação no rótulo do produto que contêm
o alimento causador de alergia deverá vir escrito dentro das três maneiras a
seguir e estar bem abaixo da lista de ingredientes: "Alérgicos: Contém
(nomes comuns dos alimentos que causam alergias alimentares)",
"Alérgicos: Contém derivados de (nomes comuns dos alimentos que causam
alergias alimentares)" ou ainda "Alérgicos: Contém (nomes comuns dos
alimentos que causam alergias alimentares) e derivados".
Ainda de acordo com a Anvisa, as palavras terão que
estar em caixa alta, negrito e com a cor diferente do rótulo. A letra não pode
ser menor do que a da lista de ingredientes. As indústrias terão um ano para
adequar as embalagens. Segundo a médica Lelia Josuá, especializada em alergologia
e pneumologia, todos os alimentos devem ser visto com cuidados.
"Quando menos esperamos, encontramos, por
exemplo, traços de leite, traços de trigo, entre outros alimentos importantes.
por isso, essa resolução da Anvisa é importante porque obriga os fabricantes a
colocar de maneira fácil e legível toda a composição dos alimentos dando
destaque quando há a presença de alimentos do grupo dos principais causadores
de alergia alimentar", ressalta.
O que é alergia alimentar?
A alergias alimentares, que costumam afetar de 6% a
8% das crianças abaixo de três anos, são reações adversas do organismo a
determinado alimento. Elas podem ser leves, com coceiras simples nos lábios, a
reações graves que podem acometer outros órgãos.
Entre os sintomas mais comuns de que algo não está
legal no corpo da criança, a dor abdominal, diarreia, lesões e coceiras na pele
e problemas respiratórios, como asma, rinite e falta de ar, costumam estar
presentes. Em crianças muito pequenas, por exemplo, pode ocorrer ainda perda de
sangue nas fezes e ocasionar anemia e um retardo no crescimento.
A médica Lelia Josuá, especializada em alergologia
e pneumologia, explica que o pilar do tratamento é excluir totalmente o
alimento que causa alergia, embora isso não seja tão simples assim. Se uma
criança for alérgica ao leite, por exemplo, ela também deverá evitar outros
alimentos derivados do leite como queijo, bolachas e iogurtes, iguarias
facilmente presentes no dia a dia da criança.
"Todos os alimentos devem ser visto com
cuidados. Quando menos esperamos, encontramos, por exemplo, traços de leite,
traços de trigo, entre outros alimentos que causam alergias. Em caso de
crianças alérgicas, é importante que elas sempre saiam de casa com orientações
dos pais e mães quanto à alimentação que devem fazer", afirma a médica.
O que é alergia alimentar?
A médica
Lelia Josuá, especializada em alergologia e pneumologia, explica que a alergia
alimentar ocorre quando o organismo não reconhece a proteína do alimento e
começa a combatê-la, entendendo que aquilo é um agente agressor. "É uma
doença genética e essas alergias aparecem no decorrer da vida com a exposição
da pessoa aos alimentos", afirma.
Alimentos que mais costumam provocar alergia em
crianças
"Os
alimentos que mais frequentemente provocam alergia em crianças são o leite de
vaca, ovos, peixes, frutos do mar, trigo, nozes, amendoim e soja. Também
verificamos alergias a cacau (chocolate), carne de porco e corantes. Algumas
crianças, com o passar do tempo, começam a tolerar a ingestão dos alimentos que
eram alérgicos, mas isso não é uma regra", explica a médica.
Testes na pele e sanguíneos ajudam a identificar a
alergia alimentar
"Há
vários testes cutâneos para detectar alergia a alimentos e também testes
sanguíneos. Outra forma de se tentar o diagnóstico é por meio da prova
terapêutica, na qual retiramos todos os alimentos possíveis para a causa da
alergia e reintroduzimos um a um até apresentar os sintomas. Isso geralmente é
feito em crianças abaixo de 2 anos porque os testes nessa idade não são
confiáveis", explica.
Tratamento inicial é suspender alimento que causa a
alergia
Uma vez
diagnosticada a alergia alimentar, podem ser utilizados medicamentos para o
tratamento dos sintomas da crise alérgica. "O principal pilar do
tratamento da alergia alimentar é a suspensão total do alimento que causa o
problema. Nas crises agudas, são recomendados medicamentos anti-histamínicos e
corticoides. Há um grupo italiano com vasta experiência do uso de imunoterapia
(vacina) com excelentes resultados. Mas, no Brasil, há poucos médicos que usam
essas vacinas também com alto índice de cura. essa imunoterapia dura em média
de 8 meses a 1 ano dependendo do paciente", afirma Lelia Josuá.
Não tratar a alergia alimentar pode trazer
complicações à saúde
"A
alergia alimentar é incomoda muito porque provoca o aparecimento de placas na
pele com muita coceira, diarreia intensa e mal-estar. Dependendo das crises,
pode evoluir com edema de glote (inchaço da laringe, conhecido popularmente
como "garganta fechada") podendo ser fatal. Por isso, o tratamento
das alergias alimentares é fundamental com o acompanhamento de um
especialista", afirma a alergista.
Há diferença entre alergia e intolerância a determinados
alimentos
A médica
explica ainda que a intolerância ao alimento é quando o organismo não
produz ou produz em uma quantidade muito pequena a enzima responsável pela
digestão do alimento. A falta dessa enzima provoca um acúmulo dessa substância
no intestino atraindo água, ocorre fermentação por bactérias, provocando
diarreia, gases e distensão abdominal. "Já a alergia ao alimento é
quando o organismo não reconhece algumas proteínas do alimento e é considerado
pelo nosso sistema imunológico um agente agressor", ressalta.
Pais com crianças alergênicas: atenção na hora de
ler os rótulos dos produtos
Todos os
alimentos devem ser visto com cuidados. Quando menos esperamos, encontramos,
por exemplo, traços de leite, traços de trigo, entre outros alimentos importantes.
"Há pouco tempo foi decretado essa resolução da Agência Nacional de
Vigilância Sanitária que obriga os fabricante a colocar de maneira fácil e
legível toda a composição dos alimentos dando destaque quando há a presença de
alimentos do grupo dos principais causadores de alergia alimentar",
ressalta Lelia Josuá.
Oriente a criança com alergia alimentar daquilo que
ela não pode comer
Caso sua
criança que tem alergia alimentar saia com os amiguinhos, avise imediatamente
ao responsável que estará com a criança que ela não pode comer determina
alimento e seu derivado. Se for o caso, coloque um anti-histamínico prescrito
por um especialista em caso de emergência na bolsa da criança.Caso uma crise
surja, o ideal é levá-la logo ao pronto-atendimento.
"A
recomendação é orientar a criança daquilo que ela pode ou não comer e também o
responsável que a esteja acompanhando. A reação ao alimento pode ser imediata e
muito séria, portanto, todo cuidado é pouco", reforça Lelia.
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