Horta em casa: 8 dicas de como fazer uma certeira!
Por Olivia Nachle
Você
acorda de manhã, pega a couve fresquinha pra fazer o suco verde. Prepara
aquele macarrão com tomatinhos e dá o toque final com manjericão recém
tirado do pé. Faz um chá de hortelã com hortelãs cultivadas e colhidas por você.
Sério, uma das coisas mais gostosas que tem é ver todo o
desenvolvimento daquilo que te alimenta, da semente até quando já é hora
de ir pro prato. Tudo ali cultivado sem veneno e, sim, com muito amor. E
não é porque você mora em apartamento que não pode ter uma horta pra
chamar de sua.
1) Escolha vasos retangulares, não tão profundos, não tão
rasos. Algumas plantinhas conseguem se adaptar bem com outras no mesmo
vaso, como manjericão, pimenta, orégano e salsinha. Hortelã e trigo, por
exemplo, são plantas que crescem se ramificando, então é legal ficarem
sozinhas em vasos retangulares. Você pode ter vasos de plástico,
que são bem fechado e retêm a umidade e o calor e são bons para
cultivar temperos, como o manjericão, ou vasos de terracora,
que são porosos e permitem uma melhor evaporação do excesso de água e
evita o encharcamento (e são bons para tomatinhos e outros lugumes, por
exemplo).
Aqui é legal lembrar que baldes velhos, latas, vidros e
potes de plástico que iriam para o lixo podem servir como ótimos vasos:
basta fazer orifícios no fundo deles com uma furadeira.
2) Preparar o solo é uma parte importantíssima do
processo: misture metade de terra com metade de composto orgânico ou
húmus de minhoca, que servem como vitamina para a planta. Como a horta vai estar em vasinhos, vale colocar pedras os cacos de cerâmica no fundo para faciliar o escoamento da água.
Aqui é interessante lembrar que você pode ter uma composteira caseira (a gente já testou isso em casa e dá super certo, vem relembrar onde comprar e como fazer)
e usar o adubo produzido por elas é extremamente nutritivo para a
terra, o que faz com que as plantinhas cresçam lindas e felizes.
3) Você tem que escolher se vai querer comprar mudinhas já
crescidas e replantá-las ou se vai comprar as sementes e ver todo o
processo de crescimento (se conseguir sementes orgânicas é sucesso
total). É tudo uma questão de tempo e paciência. Se optar pelas
sementes, geralmente elas vêm com informações na embalagem sobre o
período e forma de plantio, assim como o espaçamento necessário entre as
mudas. Nada de colocar as sementes muito no fundo pois elas podem não
conseguir subir à superfície e morrer.
4) Pra começar, uma boa é cultivar ervas e temperos, que
em pouca quantidade já dão um toque especial pro prato e você pode ir
retirando pouco a pouco, sem matar a planta. Manjericão, orégano,
tomilho, hortelã e orégano são ótimas opções. Pra quem quiser ir além,
lá vão algumas sugestões: couve-manteiga, alface, cebolinha, beterraba, tomate-cereja (esse precisa de um suporte já que é uma planta estilo trepadeira), ervas aromáticas, rúcula, entre outras.
5) É importante que as plantinhas fiquem expostas ao sol
pelo menos por algumas horas, então, quanto mais escura for a sua casa,
mais importante que o vaso esteja perto das janelas.
Outra coisa fundamental é a água: todo dia mate a sede delas. Mas vale
lembrar que regar demais é tão ruim quanto deixar as plantas secarem. A
melhor das alternativas para saber se sua plantinha precisa ou não de
água é o “dedômetro”: coloque o dedo na terra e veja se ela está úmida e
grudando. Se sim, não precisa regar mais. Insira essa ação na sua
rotina para não esquecer: pode ser de manhã ou no final da tarde.
6) Pode ser que graminhas e matinhos comecem a crescer
junto das suas plantas. Tranquilo. Na agroecologia não se fala em ervas
daninhas, mas em espécies espontâneas. Se elas não estiverem se
alastrando muito ou atrapalhando o desenvolvimento das comestíveis, pode
deixar elas lá, sem problemas.
7) Se perceber que as plantas estão sendo invadidas por pragas, nem pense em usar veneno! Há dicas naturais que funcionam como tiro e queda. O neem, por exemplo, é um repelente natural (você pode comprar por aqui)
que combate mais de 400 pragas. Já vem na embalagem para ser borrifado
diariamente, é biodegradável e apropriadíssimo para uso em agricultura
orgânica.
Há algumas receitas para fazer em casa. Contra as
formigas, misture 10g de sabão de coco em pó, 5cm de fumo de corda
picado e 1 litro de água, deixe repousar por um dia, coe para retirar os
restos de fumo e pulverize as plantas.
O alho é outro poderoso repelente natural
e você pode fazer um inseticida com ele: bata no liquidificador uma
cabeça de alho com alguns cravos da índia e dois copos de água. Deixe
esse composto homogêneo descansar por um dia e depois misture-o com 3
litros de água. De novo, use esse líquido para pulverizar as folhas das
plantas.
8) Seja feliz! Ter uma hortinha é um processo de cuidado e
de atenção que você incorpora ao dia-a-dia que merece ser feito com
amor. Afinal, se comida feita com amor fica boa, imagina comida feita
com alimento plantado e cuidado por você!? Fora que é quase que
terapêutico: você tem que ter paciência para compreender cada etapa do processo,
e entender que todas as etapas da vida fazem parte: nascimento,
crescimento, frutificação, morte e decomposição. Isso sem falar que, em
tempos onde concreto e correria são corriqueiros na rotina,
(re)estabelecer um contato direto com a terra, com a natureza e com a
vida é de uma sensibilidade incrível!
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