O
recuo na produção industrial é generalizado no País, afirmou nesta
quarta-feira, 9, Rodrigo Lobo, técnico da Coordenação de Indústria do
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Só em julho, a
queda ocorreu em oito dos 14 locais investigados na passagem de junho
para julho. E 11 dos 15 locais investigados pelo instituto tiveram recuo
na produção em julho ante julho de 2014.
No Paraná, a queda
de 6,3% na comparação de julho com o mês anterior foi a mais intensa
desde junho do ano passado e ultrapassa o ganho dos três meses
anteriores (alta de 2,1%). "Houve menor produção de derivados de
cana-de-açúcar, como açúcar e álcool. Foram as duas atividades que mais
impactaram negativamente o resultado", detalhou Lobo.
No Ceará,
houve queda de 5,2% em julho ante junho, por conta do baixo dinamismo na
produção de asfalto e da atividade de vestuário e acessórios. "Houve
férias coletivas em uma importante unidade produtiva (de vestuário),
isso fez com que a região tivesse queda significativa", explicou o
técnico.
Em Santa Catarina, a queda de 2,4% no mesmo período foi
puxada pelo setor de metalurgia. "O que vemos hoje em dia na produção
industrial brasileira e regional é uma queda bastante generalizada",
disse Lobo.
Mesmo entre os locais que tiveram crescimento em julho
ante junho, é difícil dizer se a tendência persistirá, reconheceu o
técnico do IBGE. No Rio Grande do Sul (6,8%) e na Bahia (5,2%), os
aumentos foram determinados pela produção de veículos (principalmente
automóveis), que mostrou retomada após um mês de junho muito ruim.
"Tanto
no Rio Grande do Sul quanto na Bahia, chama atenção o crescimento
puxado pela produção de automóveis, que retoma níveis 2014 e 2013.
Agora, se vai ser movimento consistente, não tem como dizer. Em níveis
gerais, os estoques permanecem altos. Não dá para entender ainda a
origem da produção", ponderou Lobo.
No Rio Grande do Sul, para se
ter uma ideia, o avanço foi o maior desde novembro de 2010 (10,4%). Além
da retomada da produção de automóveis após férias coletivas, houve a
reinauguração de uma planta de celulose, o que ajudou a melhorar o
resultado, segundo o IBGE. Por outro lado, os bens de capital voltados
para o setor agrícola continuam puxado a produção estadual para baixo.
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