Atualizado às 19h31
Brasília
- A Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do BNDES rejeitou nesta
quarta-feira, 9, a convocação dos irmãos Wesley Batista e Joesley
Batista, principais acionistas da JBS, mas aprovou as convocações de um
sobrinho do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o empresário Eike
Batista, do grupo EBX.
Taiguara Rodrigues, sobrinho da
primeira mulher do ex-presidente, é proprietário da empresa de
engenharia Exergia Brasil, contratada pela Odebrecht para trabalhar na
obra de ampliação e modernização da hidrelétrica de Cambambe, em
Angola.
A convocação de Taiaguara Rodrigues gerou confusão no
plenário e os deputados governistas solicitaram votação nominal para o
requerimento que convoca o filho de Jacinto Ribeiro dos Santos, o
Lambari, irmão da primeira mulher do ex-presidente Lula. O presidente da
CPI, deputado Marcos Rotta (PMDB-AM) não acatou e manteve a convocação
do sobrinho de Lula.
Já em relação aos acionistas da JBS, em votação
nominal, o requerimento foi rejeitado com 15 votos contrários e apenas 9
a favor. A empresa foi uma das maiores financiadoras de campanha na
última eleição e recebeu investimentos do BNDES. Dos 27 deputados
membros da comissão, 20 receberam doação da JBS na última eleição.
Entre
os requerimentos na pauta da CPI, três solicitavam a convocação dos
irmãos. O deputado Bebeto (PSB-BA), autor de um requerimento com teor
semelhante, solicitou que a votação fosse feita nominalmente.
Em
defesa do seu requerimento e pedindo a convocação dos Batista, o
deputado Arnaldo Jordy (PPS-PA) afirmou que, até agora, a CPI só ouviu
propaganda institucional do BNDES. Mais cedo, antes do início da sessão,
Jordy afirmou que acreditava na aprovação do requerimento.
Os
deputados que votaram contra a convocação dos acionistas da JBS foram:
Aguinaldo Ribeiro (PP-PB), André Moura (PSC-SE), Carlos Zarattini
(PT-SP), Covatti Filho (PP-RS), Davidson Magalhães (PCdoB-BA), Del.
Edson Moreira (PTN-MG), Diego Andrade (PSD-MG), Edio Lopes (PMDB-RR),
Fabio Reis (PMDB-SE), Marcelo Squassoni (PRB-SP), Paulo Magalhães
(PSD-BA), Daniel Vilela (PMDB-GO), Mauro Pereira (PMDB-RS), Paulão
(PT-AL) e Reginaldo Lopes (PT-MG).
Os deputados que votaram a
favor da convocação dos irmãos Batista foram: Bebeto (PSB-BA), Betinho
Gomes (PSDB-PE), Carlos Melles (DEM-MG), Cristiane Brasil (PTB-RJ), José
Rocha (PR-BA), Miguel Haddad (PSDB-SP), Heuler Cruvinel (PSD-GO), João
Gualberto (PSDB-BA) e Arnaldo Jordy (PPS-PA).
A CPI aprovou ainda a
convocação de Ivan Ramalho, secretário executivo do Ministério de
Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior e presidente do Comitê de
Financiamento e Garantia às Exportações e do Conselho de Administração
do BNDES; de Wilson Zanatta, fundador da empresa LBR Lácteos, e de
Dalton Avancini, ex-diretor-presidente da Camargo Corrêa e delator da
Lava Jato, para que prestem depoimentos na CPI.Defesa. O
presidente da CPI do BNDES, deputado Marcos Rotta (PMDB-AM), esclareceu
há pouco que nunca recebeu doações da JBS para realização de campanha
eleitoral. Segundo nota divulgada por sua assessoria, nenhuma empresa
alvo das investigações da CPI do BNDES financiaram suas campanhas
eleitorais.
Ainda de acordo com o documento, o deputado nega
qualquer tipo de manobra regimental ou não, para embaraçar as
convocações de qualquer pessoa.
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