domingo, 10 de julho de 2016

Reparação e estética: saiba mais sobre os adesivos odontológicos



Colagem de brackets é uma das aplicações dos adesivos © Fornecido por Cartola Colagem de brackets é uma das aplicações dos adesivos Os sistemas adesivos, atualmente indispensáveis na odontologia, surgiram em 1955, quando um cirurgião dentista chamado Buonocore viu navios limpados com ácido para depois receberem tinta. A substância fazia com que a superfície metálica ficasse porosa, de modo que a tinta penetrava melhor e o resultado era mais duradouro. Inspirado, o dentista começou a trabalhar com a mesma lógica. Estudou e publicou sobre condicionamento ácido do esmalte dental, que proporciona maior adesão a materiais como a resina, amplamente usada em restaurações. De lá para cá, pesquisadores e indústria não pararam de desenvolver tecnologias para aprimorar essa aderência, tanto ao esmalte, parte exterior e mais mineralizada do dente, quanto à dentina, parte interna.

Segundo Mauro Piragibe Jr. (CRORJ 31826), diretor da Associação Brasileira de Odontologia, Seção Rio de Janeiro, os chamados adesivos são agentes de união. “Esses sistemas funcionam como se fossem dois braços, um se liga ao dente, e o outro ao material que está sendo aplicado. É utilizado um ácido, que abre as porosidades do dentes, e os materiais adesivos penetram nesses poros e se ligam à peça que está sendo colocada”, explica o profissional.  As técnicas adesivas, quando bem executadas e seguindo todos os protocolos clínicos indicados, deixam os dentes mais resistentes, com menos desgaste, e garantem uma maior durabilidade das restaurações.

Para o presidente da Academia Brasileira de Odontologia Estética, Carlos Loureiro Neto (CROSP 29722), os chamados adesivos dentinários são a essência da odontologia reabilitadora. “Essa técnica é utilizada em tudo o que se refere a procedimentos restauradores e ortodônticos, desde a colagem dos brackets dos aparelhos até procedimentos preventivos, como selamento de fissuras dentais em crianças”, afirma o dentista.

Carlos Loureiro explica que, quando não existiam os sistemas adesivos, as cavidades dentais precisavam ser mais desgastadas para realizar restaurações, de modo que os materiais pudessem ficar dentro dessas estruturas sem que se soltassem. No caso dos aparelhos ortodônticos, usavam-se cintas de aço inoxidável ou inox, que se “abraçavam” aos dentes e depois eram cimentadas sobre a estrutura dental. Em muitos casos, esses procedimentos favoreciam infiltrações e até cáries, podendo gerar problemas durante e após a sua utilização.

Conforme Piragibe, antes da criação das técnicas adesivas, o uso de estruturas de metais, como ouro, eram mais comuns. As peças eram cimentadas com fosfato de zinco, sem muita preocupação com a estética.
Com o desenvolvimento do sistema adesivo, os resultados dos procedimentos passaram a ser mais belos e naturais.

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