O procedimento começa no diagnóstico, que exige uma tomografia. O exame define a altura e a largura do osso, o que ajuda o profissional a definir que tipo de implante será utilizado. Se o indivíduo não tem massa óssea o suficiente para dar suporte ao implante, ele passa por um tratamento prévio para aumentar o volume do osso. A professora associada do departamento de prótese e cirurgia bucofacial da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE) Renata Cimões (CROPE: 5980) afirma que a regeneração óssea pode ser feita com o osso do próprio paciente ou com um substituto industrializado, que na maior parte das vezes tem origem bovina. “Colocamos no local do dente faltante para aumentar o volume ósseo e, dessa forma, conseguir inserir o implante.”
O processo dura de cinco a trinta minutos e é feito no próprio consultório odontológico. Nos casos em que houve perda total do dente, o tecido gengival cicatriza, fechando o buraco da raiz. O dentista, então, separa a gengiva do osso, faz a perfuração para colocar o implante e, por fim, insere-o na cavidade. “O último passo é colocar a gengiva de volta no lugar”, completa Renata.
A diferença em relação aos casos em que ainda há parte do dente é que nestes o dentista não precisa abrir a gengiva. “A concavidade já está aberta e é possível inserir o implante diretamente”, informa Mário Groisman (CRORJ: 11548), especialista em implantodontia.
Segundo Groisman, o pino que substituí a raiz do dente é de titânio. “Como o implante tem o tamanho para caber na cavidade, ocorre uma espécie de travamento, que é quando o osso fica aderido ao pino. Nós chamamos isso de estabilidade primária”, explica. Se ela não acontece, o passo seguinte, que seria a colocação da coroa dentária (prótese), é adiado. “Deixamos cicatrizar alguns meses para o osso crescer ao redor”, conta o especialista. Esse período é também chamado de osseointegração, tempo em que o organismo vai remodelar a estrutura óssea, deixando-a completamente aderida ao implante. “Pedimos que o paciente venha às consultas periódicas para uma manutenção de forma sistematizada. No primeiro ano, de três em três meses e, depois, de seis em seis meses”, acrescenta o dentista.
De acordo com Renata, 99% dos procedimentos são realizados em consultório com anestesia local. “Só é feito em hospital se o paciente tiver alguma limitação sistêmica”, declara. O objetivo da odontologia é trabalhar de forma minimamente invasiva. “Pessoas com alterações cardíacas severa e maxila muito atrofiada são levadas ao hospital para anestesia geral”, complementa Groisman. Para aqueles com medo de dentista, uma alternativa é a sedação. “Às vezes, é um método necessário para conseguirmos realizarmos a cirurgia”, diz a professora.
Atuando no Brasil, hoje, são mais de 50 marcas de implantes, com diferentes tamanhos e brocas para perfuração. “Cada empresa tem sua particularidade, algumas têm produtos que integram mais rápido ao osso do que outros”, pondera Renata. Referência pela qualidade na odontologia, implantes suíços estão entre os mais procurados pelos profissionais e pacientes. “Eles dão uma segurança maior para trabalhar”, avalia a professora.
Os cuidados após a colocação do implante devem ser os mesmos de antes. “Escovação, escovas interproximais, fio dental, tudo isso para justamente não haver necessidade de uso de medicamentos”, ressalta Groisman. Após o procedimento, o paciente deve tomar anti-inflamatórios e antibióticos. “Se o indivíduo tem alguma doença, como diabetes, ou tem imunidade baixa, ele pode começar a medicação 24 horas antes”, acrescenta Renata. O período do tratamento farmacológico fica entre cinco a dez dias.
O sucesso dos implantes, atualmente, gira em torno de 98%. “Do total de 100 casos, apenas dois são perdidos em um período de acompanhamento de cinco anos”, certifica a professora. Os motivos do processo não ter dado certo são inúmeros, os mais comuns são: esforço excessivo sobre o implante antes do período de osseointegração ou condições que dificultam, como diabetes, imunidade baixa ou até mesmo a periodontite.
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