O ex-presidente da
Transpetro Sérgio Machado relatou, em sua delação premiada na Operação
Lava Jato, que participou da captação de recursos ilícitos para bancar a
eleição do hoje senador Aécio Neves (PSDB-MG) à presidência da Câmara
dos Deputados, no ano de 2001.
Aécio já é investigado em dois
inquéritos abertos a partir da delação premiada do ex-senador Delcídio
do Amaral (ex-PT-MS). Segundo Machado, ficou acertado entre ele, Aécio e
Teotônio Vilela Filho, à época presidente nacional do PSDB, que fossem
levantados recursos financeiros para ajudar cerca de 50 deputados a se
elegerem, o que viabilizaria o apoio à eleição de Aécio ao comando da
Câmara.
Esse recurso foi solicitado à campanha nacional de
Fernando Henrique Cardoso, que se reelegeu presidente em 1998. Foram
arrecadados cerca de R$ 7 milhões à época, de acordo com Sérgio Machado,
dentre recursos que vieram de empresas e também do exterior. Sérgio
Machado à época era do PSDB, ainda antes de mudar para o PMDB.
Machado
afirma que parte dos recursos vieram da campanha de FHC, por intermédio
de "Luiz Carlos Mendonça", mas não especifica se era Luiz Carlos
Mendonça de Barros, ex-ministro das Comunicações de FHC.
Ele diz
que Luiz Carlos Mendonça assumiu a função de cuidar dos recursos depois
da morte do ex-ministro das Comunicações Sérgio Motta, que negociava com
os candidatos o apoio financeiro.
"Esses recursos ilícitos foram
entregues em várias parcelas em espécie, por pessoas indicadas por
Mendonça; que os recursos foram entregues aos próprios candidatos ou a
seus interlocutores; que a maior parcela dos cerca de R$ 7 milhões de
reais arrecadados à época foi destinada ao então deputado Aécio Neves,
que recebeu R$ 1 milhão em dinheiro", detalhou Machado.
Segundo
ele, Aécio recebia os valores "através de um amigo de Brasília que o
ajudava nessa logística", mas não informou o nome da pessoa.Sérgio
Machado também corroborou outros depoimentos sobre Aécio em relação ao
recebimento de propina de Furnas e disse que "parte do dinheiro para a
eleição de Aécio para a Presidência da Câmara veio de Furnas", comandada
à época por Dimas Toledo.
"Todos do PSDB sabiam que Furnas
prestava grande apoio ao deputado Aécio Neves via o diretor Dimas
Toledo, que era apadrinhado por ele durante o governo Fernando Henrique
Cardoso e Dimas Toledo contribuiu com parte dos recursos para a eleição
da bancada da Câmara à época", disse Machado, em sua delação.
Aécio
tem negado o envolvimento com irregularidades, disse que nunca recebeu
propina de Furnas e que sempre defendeu as investigações da Lava Jato.
Nenhum comentário:
Postar um comentário