Em sua delação premiada, o
ex-presidente da Transpetro Sérgio Machado afirmou que o presidente do
Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), e o senador Romero Jucá (PMDB-RR)
receberam mesadas durante anos do esquema de corrupção investigado pela
Operação Lava Jato.
Segundo Machado, os repasses para Renan
começaram entre 2004 e 2005, após o senador o procurar e afirmar que
precisava reforçar suas bases políticas. Machado afirmou que eram feitos
repasses mensais a Renan de R$ 300 mil, durante dez ou 11 meses a cada
ano. O presidente do Senado teria recebido R$ 32 milhões em propina, em
dinheiro em espécie e doações oficiais.
Ele afirmou que foram R$
8,2 milhões em doações, entre 2008 e 2014, citando, por exemplo, R$ 1
milhão da Camargo Correa, R$ 500 mil da Galvão Engenharia, R$3,7 milhões
da Queiroz Galvão.
Machado disse ainda que em 2007 chegou a ter
atritos com Renan, que queria mais recursos. Os encontros para discutir o
esquema na Transpetro geralmente era feito na residência do senador em
Brasília. Renan também mandou interlocutores ao Rio, na sede da
Transpetro.
Indicado pelos peemedebistas do Senado, Machado
permaneceu entre 2003 e 2015 no cargo. Ele disse que Jucá tinha repasses
mensais de R$ 200 mil, também durante dez ou 11 meses a cada ano. O
total de vantagem indevida seria R$ 21 milhões -sendo R$ 4,2 milhões em
doações oficiais da Camargo Correa, Galvão Engenharia e Queiroz Galvão,
entre 2010 e 2014.
Em relação ao ex-presidente José Sarney,
Machado apontou que o primeiro repasse do esquema ocorreu em 2006 e foi
de R$ 500 mil. A propina passou a ser anual para o peemedebista a partir
de 2008, tendo recebido R$ 18,5 milhões desviados dos contratos.
Os
pagamentos eram retribuição pela indicação e sustentação política no
cargo. Além dos três, Machado apontou que seu nome teve aval dos
senadores Edison Lobão (PMDB-MA) e Jader Barbalho (PMDB-PA).
O
ex-diretor da Transpetro disse ainda que os pagamentos mensais para a
cúpula do PMDB começaram com a chegada de Lobão no Ministério de Minas e
Energia em 2008, no governo Lula.
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