O procurador-geral da República, Rodrigo Janot,
disse nesta sexta-feira, 23, que pedirá autorização ao governo italiano
para processar o ex-diretor do Banco do Brasil Henrique Pizzolato por
dois novos crimes. De acordo com Janot, Pizzolato, condenado a mais de
12 anos no processo do mensalão, deve ser processado pelo Ministério
Público do Rio de Janeiro por lavagem de dinheiro e por uso de documento
falso em Santa Catarina. O procurador não deu detalhes desses crimes.
O
MPF irá ainda cobrar de Pizzolato R$ 170 mil referentes aos gastos com a
extradição do ex-diretor, como viagens de autoridades brasileira,
tradução de documentos e despesas com vídeos para demonstrar à Justiça
italiana a qualidade das penitenciárias brasileiras. Além disso, serão
cobrados os honorários pagos para advogados que atuaram no processo na
Itália, cerca de 100 mil euros. Janot pedirá ainda a repatriação de
cerca de 113 mil euros apreendidos com o condenado na Itália que, para o
procurador, são fruto de crime.
Pizzolato chegou nessa
sexta-feira ao Brasil depois de permanecer 25 meses foragido na Itália. O
ex-diretor do Banco do Brasil vai cumprir pena no Complexo
Penitenciária da Papuda, em Brasília. Antes de ir para a capital
federal, Pizzolato fez escala em São Paulo. Ao desembarcar do avião TAM
no qual veio da Itália, o ex-diretor do Banco do Brasil foi vaiado por
parte dos passageiros que estavam a bordo.
Essa era a terceira
vez que a PF se organiza para buscar o brasileiro. Pizzolato deveria ter
sido extraditado no dia 7 de outubro. Mas, pressionado politicamente
pela base de seu partido, o ministro da Justiça italiano, Andrea
Orlando, adiou a volta do ex-diretor do Banco do Brasil ao País. A
mudança na programação ocorreu no dia 6, na mesma data que a Corte
Europeia de Direitos Humanos na França negou o último recurso
apresentado pela defesa de Pizzolato.
Desde fevereiro de 2014,
quando foi preso, Pizzolato se encontrava na penitenciária Sant'Anna, de
Modena, aguardando uma definição sobre seu caso. Neste período, oito
decisões judiciais e políticas foram tomadas.
Cunha
Durante
a entrevista coletiva, Janot se negou a responder a perguntas sobre se
pedirá o afastamento do presidente da Câmara dos Deputados. "Só
responderei questões referentes a esse caso [a extradição de
Pizzolato]", afirmou.
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