O procurador-geral da
República, Rodrigo Janot, enviou parecer ao Supremo Tribunal Federal
(STF) favorável à decisão que determinou a transferência do ex-ministro
da Casa Civil José Dirceu para cumprir prisão preventiva em Curitiba. No
mês passado, Dirceu foi preso em Brasília, por causa das investigações
durante da 17ª fase da Operação Lava Jato.
De acordo com Janot, não há
ilegalidade no decreto de prisão assinado pelo juiz federal Sergio Moro.
Além disso, o procurador afirmou que não há conexão entre a prisão
definitiva na Ação Penal 470, o processo do mensalão, e a preventiva, da
Lava Jato.
Em 2013, Dirceu foi condenado a sete anos e 11 meses
no regime semiaberto, mas já cumpria prisão domiciliar antes da nova
prisão. “Desse modo, não há qualquer empecilho à transferência do
agravante [Dirceu] para outra unidade da Federação, local onde estão
concentrados os demais atos de investigação", disse Janot.
A
partir do parecer, caberá ao ministro Luís Roberto Barroso, relator das
execuções penais dos condenados no processo do mensalão, julgar o pedido
da defesa do ex-ministro. Por meio de seu advogado, Roberto Podval,
Dirceu informou que não há motivo para a transferência, porque sempre se
colocou à disposição da Polícia Federal e cumpre prisão domiciliar na
capital federal, em função da condenação na Ação Penal 470.
“Embora
não se invoque, no decreto prisional, a conveniência da transferência
do peticionário [Dirceu] a Curitiba, temos que este, desde que teve
ciência de que figurava como investigado na Lava Jato, reiteradamente
dispôs-se a ser ouvido em depoimento pelas autoridades, o que nunca foi
determinado", argumentou o advogado.
Ontem (4), a pedido de sua
defesa, o ex-ministro foi transferido da carceragem da Polícia Federal,
em Curitiba, para o Complexo Médico Penal (CMP), em Pinhais, na região
metropolitana da capital paranaense.
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