A
presidente Dilma Rousseff reconheceu nesta quarta-feira que o déficit
primário previsto no Orçamento enviado por seu governo ao Congresso é
ruim e não descartou a recriação da CPMF e outras fontes de arrecadação
para combater o rombo nas contas públicas.
Em entrevista a
jornalistas no Palácio do Planalto, a presidente disse que o governo
assume a responsabilidade na busca de uma solução para o déficit e que
enviará propostas neste sentido ao Congresso.
"Eu não estou
afastando nem acrescentando nada. Eu não gosto da CPMF, se você quer
saber, acho que a CPMF tem as suas complicações, mas não estou afastando
a necessidade de fontes de receita. Não estou afastando nenhuma fonte
de receita, quero deixar isso claro para depois, se houver a necessidade
de a gente enviar esta fonte nós enviaremos", disse Dilma.
Diante
das dificuldades enfrentadas para reequilibrar as contas públicas, o
governo estuda a criação de um novo tributo nos moldes da extinta
Contribuição Provisória sobre a Movimentação Financeira (CPMF), que taxa
todas as movimentações bancárias.
Dilma disse ainda que o governo
está sendo "transparente" ao enviar para o Congresso uma peça
orçamentária para o ano que vem que prevê um déficit primário inédito de
30,5 bilhões de reais.
"Nós vamos buscar reduzir esse déficit que
está ocorrendo. Nós estamos evidenciando que há um déficit. Estamos
sendo transparentes e mostrando claramente que tem um problema", disse
Dilma, que previu que a inflação será reduzida no futuro e que o
crescimento econômico será retomado com os investimentos em energia e
infraestrutura e com o aumento das exportações.
(Reportagem de Lisandra Paraguassu)
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