Em despacho desta quinta-feira, o juiz Sergio Moro chamou de
“lamentável” a iniciativa da defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da
Silva de processar o delegado da Polícia Federal (PF) Felipe Pace e a
equipe de investigações que apura desvios na Petrobras. Na decisão, em
que o juiz autoriza o compartilhamento das informações do processo para
que Advocacia Geral da União (AGU) faça a defesa do delegado, Moro
demonstra pesar com o fato de que “autoridades públicas, no exercício de
seu dever legal, fiquem sujeitas a retaliações por parte de
investigados que confundem o exercício do dever funcional com ilícitos”.
O
ex-presidente também moveu uma ação contra Moro por abuso de
autoridade. Ele foi indiciado pela PF em julho. E está na mira de quatro
processos da operação Lava-Jato.
Lula entrou com ação de
reparação por danos morais de R$ 100 mil contra Pace, por este afirmar,
no âmbito das investigações da Lava-Jato, que o ex-presidente foi
identificado com o codinome de “amigo” nas planilhas de propinas
apreendidas na empreiteira Odebrecht. Em seu relatório, Pace diz que a
alcunha era utilizada por Marcelo Odebrecht e por seus interlocutores
para se referir ao ex-presidente.
“O interesse público reclama o
deferimento do requerido para que a defesa da autoridade policial não
fique prejudicada, já que a demanda não é apenas contra ela, mas também
contra o serviço policial federal”, diz o despacho de Moro.
A AGU, que assumiu a defesa da PF no caso, solicitou acesso aos autos, que estavam sub a tutela de Moro.
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