Procuradores apontam que Sidney Szabo fazia pagamentos em espécie em nome do ex-presidente da Câmara e familiares dele
Análise da quebra de sigilo de dados telemáticos da família do ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha (PMDB) identificou, segundo a Operação Lava Jato, o “testa de ferro” do ex-deputado. O Ministério Público Federal apontou para Sidney Roberto Szabo, ligado à Companhia Estadual de Águas e Esgotos (Cedae), do Rio de Janeiro.
Os procuradores da Lava Jato examinaram mensagens da
publicitária Danielle Dytz da Cunha e da jornalista Cláudia Cruz,
respectivamente filha e mulher do peemedebista. “Foi possível verificar
que a pessoa denominada Sidney Roberto Szabo atuava como ‘testa de
ferro’ de Eduardo Cunha e sua família, efetuando, principalmente,
pagamentos em espécie”, indica a análise da Procuradoria da República.
“Essa atuação é comprovada em diversos e-mails encaminhados a
Sidney Szabo pelas nominadas (Danielle Dytz e Cláudia Cruz), como, por
exemplo, o encaminhado em 21 de março de 2012, no qual Sidney pergunta
ao contador Paulo Lamenza qual o valor de nota fiscal ‘para se ter 40
liquido’. Em outro e-mail, Cláudia Cruz encaminha para Sidney Szabo
solicitação de transferência referente ao ‘carro da jesus’.”
Eduardo Cunha foi alvo de uma investigação pela Comissão de
Valores Imobiliários (CVM). A suspeita é de que, por meio de indicações
políticas, o deputado tenha se beneficiado de operações realizadas entre
2003 e 2006 pelo fundo de previdência ligado à Cedae, empresa de
saneamento do Rio, com ganho ilícito de 900.000 reais.
Segundo a força-tarefa da Lava Jato, em outro e-mail enviado
pela filha do ex-deputado é solicitado “o pagamento de R$ 79.940,00
aparentemente para pessoas que atuaram na campanha de Eduardo Cunha para
presidência da Câmara dos Deputados”.
“Quanto a Sidney Szabo, o quadro probatório obtido com o
afastamento do sigilo decretado nos presentes autos igualmente indica a
prática de atos de lavagem de dinheiro e a utilização de mensagens
eletrônicas para execução destes atos”, observa a Procuradoria.
(com Estadão Conteúdo)
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