O patrimônio do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva
aumentou 360%, em valores nominais, depois do fim de seu segundo mandato
como presidente da República, em 2010, com a renda obtida com sua
empresa de palestras, a L.I.L.S. As informações, segundo a edição desta
sexta-feira do jornal Folha de S. Paulo, foram prestadas pelo petista nas declarações de Imposto de Renda que integram a denúncia apresentada contra ele na última quarta-feira, no âmbito da Operação Lava Jato.
De
acordo com o documento, Lula tinha patrimônio de 1,9 milhão de reais
até 31 de dezembro de 2010. Em 2015, o valor total de seus bens era de
aproximadamente 8,8 milhões de reais – aumento de 6,9 milhões de reais. A
evolução patrimonial teve lastro em renda obtida com a L.I.L.S.,
empresa de palestras de Lula, criada depois que ele encerrou seus dois
mandatos na Presidência.
O
ex-presidente disse aos investigadores que cobrava “exatamente 200.000
dólares, nem mais e nem menos” por todas as palestras. O preço era o
mesmo do ex-presidente dos Estados Unidos Bill Clinton.
Entre 2011
e 2015, a L.I.L.S. distribuiu lucros e dividendos de 8,5 milhões de
reais para Lula. Nesse mesmo período, o ex-presidente deu cerca de
setenta palestras no Brasil e no exterior, conforme ele mesmo disse as
autoridades da Policia Federal. A maior transferência de valor para Lula
ocorreu em 2014, no total de 5,6 milhões de reais. Naquele mesmo ano,
em novembro, foi deflagrada a fase mais ostensiva da Operação Lava Jato.
De
acordo com a PF, a empresa de palestras de Lula recebeu 21 milhões de
reais entre 2011 e 2015. Desse total, 9,9 milhões de reais foram pagos
por empreiteiras investigadas na Lava Jato.
À Folha, o
advogado de Lula, o Cristiano Zanin Martins, afirmou que as atividades
da L.I.L.S. são “absolutamente lícitas, lastreadas em palestras
devidamente documentadas e de conhecimento geral”.
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