terça-feira, 24 de maio de 2016

Teto para gasto e pagamento antecipado do BNDES vão gerar economias, diz Meirelles



O ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, estimou que, em três anos, as despesas do governo em relação ao Produto Interno Bruto (PIB) podem cair entre 1,5 e 2 pontos porcentuais com a adoção de um instrumento para limitar o gasto. O governo anunciou nesta terça uma série de medidas que tentarão reequilibrar as contas públicas, entre elas a criação de um teto para os gastos primários, que terá a inflação do ano anterior como referência.
Segundo Meirelles, essa será a primeira vez que a queda ocorrerá desde a promulgação da Constituição, em 1988. O ministro informou também que a criação do teto, que impede o crescimento real da despesa, vai demandar medidas complementares.
Meirelles disse que o teto terá o "efeito da maior seriedade", caso seja aprovado pelo Congresso. O ministro ressaltou que despesas tiveram um crescimento real de 180% entre 1997 e 2015. "Isso faz necessidade de cortes importantes", afirmou.
Ele enfatizou ainda que o crescimento nominal zero das despesas, com a implementação do teto, representará um fato de grande importância e que sinaliza, junto com o corte de subsídios, um programa de controle de despesas que terá efeito continuado.
O governo também deve economizar com a antecipação de 100 bilhões de reais de pagamentos de débitos do BNDES ao Tesouro Nacional. A economia prevista com a antecipação é de 7 bilhões de reais ao ano.
Meirelles disse que a devolução dos recursos não tem impacto nas receitas primárias, mas tem impacto na diminuição do endividamento público, uma vez que, com os recursos do BNDES, o Tesouro vai reduzir a emissão de títulos para o pagamento da dívida. "Estamos tendo como missão hoje a redução da dívida pública", afirmou.
O ministro da Fazenda disse que a antecipação dos recursos do BNDES ao Tesouro levou em conta toda a programação de investimentos e crédito do banco de fomento para os próximos dois anos e o que foi feito nos anos anteriores. "Esses recursos, de fato, estavam ociosos, e estariam ociosos, causando um custo desnecessário ao Tesouro Nacional, que está se financiando no mercado", afirmou. "Estamos fazendo uma boa gestão das contas públicas".
(Com Estadão Conteúdo)
Governo anuncia medidas para reverter déficit fiscal

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