O ministro da Fazenda, Henrique
Meirelles, estimou que, em três anos, as despesas do governo em relação
ao Produto Interno Bruto (PIB) podem cair entre 1,5 e 2 pontos
porcentuais com a adoção de um instrumento para limitar o gasto. O
governo anunciou nesta terça uma série de medidas que tentarão
reequilibrar as contas públicas, entre elas a criação de um teto para os gastos primários, que terá a inflação do ano anterior como referência.
Segundo
Meirelles, essa será a primeira vez que a queda ocorrerá desde a
promulgação da Constituição, em 1988. O ministro informou também que a
criação do teto, que impede o crescimento real da despesa, vai demandar
medidas complementares.
Meirelles
disse que o teto terá o "efeito da maior seriedade", caso seja aprovado
pelo Congresso. O ministro ressaltou que despesas tiveram um
crescimento real de 180% entre 1997 e 2015. "Isso faz necessidade de
cortes importantes", afirmou.
Ele
enfatizou ainda que o crescimento nominal zero das despesas, com a
implementação do teto, representará um fato de grande importância e que
sinaliza, junto com o corte de subsídios, um programa de controle de
despesas que terá efeito continuado.
O
governo também deve economizar com a antecipação de 100 bilhões de
reais de pagamentos de débitos do BNDES ao Tesouro Nacional. A economia
prevista com a antecipação é de 7 bilhões de reais ao ano.
Meirelles
disse que a devolução dos recursos não tem impacto nas receitas
primárias, mas tem impacto na diminuição do endividamento público, uma
vez que, com os recursos do BNDES, o Tesouro vai reduzir a emissão de
títulos para o pagamento da dívida. "Estamos tendo como missão hoje a
redução da dívida pública", afirmou.
O
ministro da Fazenda disse que a antecipação dos recursos do BNDES ao
Tesouro levou em conta toda a programação de investimentos e crédito do
banco de fomento para os próximos dois anos e o que foi feito nos anos
anteriores. "Esses recursos, de fato, estavam ociosos, e estariam
ociosos, causando um custo desnecessário ao Tesouro Nacional, que está
se financiando no mercado", afirmou. "Estamos fazendo uma boa gestão das
contas públicas".
(Com Estadão Conteúdo)
Governo anuncia medidas para reverter déficit fiscal
Nenhum comentário:
Postar um comentário