A presidente afastada Dilma
Rousseff disse nesta quarta-feira que o governo do presidente interino
Michel Temer quer "privatizar" o pré-sal para destinar os recursos da
exploração de petróleo a poucos grupos econômicos.
Em
conversa com internautas no Facebook, Dilma criticou a tentativa de
alterar o modelo de partilha vigente para a exploração do pré-sal e
disse que a tentativa de estabelecer um teto para os gastos em educação
representam "um retrocesso inaceitável".
"Estão
querendo acabar com o modelo de partilha que vai garantir que a parte
do leão desse petróleo --que nós sabemos onde está, conhecemos a
qualidade, sabemos como extrair-- não resulte em benefícios para toda a
população", disse Dilma na rede social.
"Querem privatizá-lo e privatizar, neste caso, significa destinar a poucos grupos econômicos a 'parte do leão'”, disparou.
A
presidente e seu ex-ministro da Educação Aloizio Mercadante responderam
perguntas de internautas sobre a educação. Ambos criticaram duramente a
intenção do governo Temer de estabelecer um teto para os gastos
públicos, incluindo nas áreas de saúde e educação.
Dilma
e Mercadante afirmaram que a restrição dos gastos em educação é "um
retrocesso inaceitável" que coloca em risco programas como ProUni,
Pronatec e Fies.
Na
terça-feira, a equipe econômica do presidente interino anunciou medidas
para reequilibrar as contas públicas, entre elas o estabelecimento de um
teto para o crescimento dos gastos governamentais, incluindo nas áreas
de saúde e educação. Essa matéria será alvo de proposta de emenda à
Constituição (PEC) a ser enviada pelo governo ao Congresso.
Dilma
foi afastada da Presidência no dia 12 de maio até que o Senado a julgue
por suposto crime de responsabilidade. A presidente afastada é acusada
de atrasar repasses do Tesouro ao Banco do Brasil por conta do Plano
Safra, as chamadas pedaladas fiscais, e pela edição de decretos com
créditos suplementares sem autorização do Congresso.
Para
a defesa, as pedaladas não constituíram operação de crédito junto a
instituições financeiras públicas, o que é vedado pela lei, e os
decretos serviram apenas para remanejar recursos, sem implicar em
alterações no volume de gastos. A petista afirma ser alvo de um "golpe".
(Por Eduardo Simões)
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