A Polícia Federal (PF) deflagra
nesta terça-feira a 30ª fase da Operação Lava-Jato, batizada de
“Operação Vício”, nome que remete à sistemática prática de corrupção por
funcionários da Petrobras e agentes políticos. A ação mira três grupos
de empresas que faziam contratos fictícios com laranjas e revela a
extensão do esquema de corrupção em mais um segmento da Diretoria de
Serviços e Engenharia da Petrobras. Os alvos são grandes empresas
fornecedoras de tubos para a estatal, incluindo alguns de seus
executivos e sócios, um escritório de advocacia utilizado para o repasse
de dinheiro, dois funcionários da Petrobras e operadores financeiros.
Evidências
denotam que o pagamento de propinas no esquema durou pelo menos entre
2009 e 2013, sendo que os valores espúrios pagos, no Brasil e no
exterior, superam a quantia de R$ 40 milhões.
São cumpridos, desde
a madrugada de hoje, no Rio e em São Paulo, dois mandados de prisão
preventiva, nove mandados de condução coercitiva e 16 mandados de busca e
apreensão. Foram presos preventivamente Flávio Henrique de Oliveira e
Eduardo Aparecido de Meira, donos da empresa Credencial. Não estão
descartadas as participações do ex-ministro da Casa Civil, José Dirceu, e
do ex-diretor de Engenharia da Petrobras, Renato Duque, no esquema,
ambos já condenados pela 13ª Vara Federal de Curitiba.
Os
contratos já celebrados pela Petrobras com duas das fornecedoras de
tubos que efetuaram pagamentos de vantagens ilícitas para obter
vantagens junto à Diretoria de Serviços da Estatal totalizam montante
superior a R$ 5 bilhões.
De acordo com o Ministério Público
Federal (MPF), as investigações identificaram que uma construtora de
fachada foi utilizada para viabilizar o pagamento de propina em diversos
esquemas criminosos investigados na Lava Jato, "mediante a celebração
de contratos ideologicamente falsos". As informações foram obtidas a
partir de delações premiadas de réus colaboradores, que também pagaram
propina à Diretoria de Serviços da Petrobras por meio da empresa
investigada.
As investigações têm o auxílio da Receita Federal, da
Polícia Federal, da Petrobras e do escritório de investigação autônoma
contratado pela estatal, que levou à confirmação de que a propina tinha
origem em uma grande fornecedora de tubos para a Petrobras. Os sócios da
construtora de fachada tiveram sua prisão preventiva decretada pelo
Juízo da 13ª Vara Federal de Curitiba.
Foram mobilizados para a
nova fase da operação 50 policiais federais e 10 servidores da Receita
Federal. Aos investigados, são atribuídos crimes de corrupção,
organização criminosa e lavagem de ativos. Os presos e o material
apreendido devem ser levados ainda nesta terça para a Superintendência
da PF em Curitiba.
A PF disse ainda que, em outro procedimento,
também estão sendo cumpridos mandados que buscam a apuração de
pagamentos indevidos a um executivo da área internacional da Petrobras
em contratos firmados para aquisição de navios-sondas.
EX-TESOUREIRO DO PP PRESO NA 29ª FASE
A
nova fase acontece um dia depois de a PF realizar a 29ª etapa da
operação, batizada de “Repescagem”. A ação mirou o ex-tesoureiro do PP,
João Cláudio Genu, que teve a prisão preventiva decretada. Foram
cumpridos ainda seis mandados de busca e apreensão e um mandado de
prisão temporária.
A nova fase acontece um dia depois de a PF
realizar a 29ª etapa da operação, batizada de “Repescagem”. A ação mirou
o ex-tesoureiro do PP, João Cláudio Genu, que teve a prisão preventiva
decretada. Foram cumpridos ainda seis mandados de busca e apreensão e um
mandado de prisão temporária.
Genu foi condenado pelo Supremo
Tribunal Federal (STF) no julgamento do mensalão, em 2012, mas a punição
prescreveu durante a fase de recursos. As investigações da força tarefa
da Lava-Jato apontam que o ex-tesoureiro também recebeu propina no
esquema de corrupção da Petrobras.
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