Dilma responsabiliza Samarco por desastre em Mariana e anuncia multa estimada em R$250 mi
A
presidente Dilma Rousseff responsabilizou nesta quinta-feira a
mineradora Samarco pelo desastre provocado com o rompimento de duas
barragens operadas pela empresa em Mariana (MG) e anunciou uma multa
"preliminar" de 250 milhões de reais à companhia.
Em
entrevista a jornalistas em Governador Valadares (MG), depois de
sobrevoar a área afetada pela lama que veio das barragens, Dilma disse
ainda que a Samarco precisa ser responsabilizada pela falta de
atendimento à população, pela reconstrução da região e que pode sofrer
outras multas, além da que será aplicada pelo Ibama estimada em 250
milhões de reais.
"Essas
multas são preliminares, poderão ainda ser contemplados vários outros
tipos de multa, mas, além disso, tem as indenizações, tanto à União
quanto aos Estados, o Estado de Minas Gerais e o Estado do Espírito
Santo, quanto as comunidades", disse Dilma aos jornalistas.
A
presidente disse que a multa se deve ao fato de a Samarco, uma joint
venture entre a brasileira Vale (VALE5.SA) e a anglo-australiana BHP
Billiton (BHP.AX), ter descumprido várias leis.
"Estamos
empenhados em responsabilizar quem tem de ser responsável: a empresa
privada Samarco, uma empresa grande, que tem como sócias a Vale e a
BHP", disse.
"As empresas
têm de ser responsabilizadas por várias coisas: primeiro, pelo
atendimento emergencial da população; segundo, pela busca de soluções
mais estáveis e perenes; terceiro, pela reconstrução e capacidade de
resolver os problemas da vida de cada um afetado por esse desastre."
Dilma
disse ainda que entre os motivos para a multa estimada em 250 milhões
de reais estão a poluição gerada no Rio Doce pelo rompimento das
barragens com riscos à saúde humana, lançamento de resíduos no meio
ambiente fora dos padrões previstos em lei, tornar área rural ou urbana
imprópria para a ocupação humana e provocar poluição hídrica que leve à
interrupção do abastecimento de água.
O
rompimento de duas barragens de uma mina de minério de ferro da
Samarco, em Mariana, fez com que um mar de lama com rejeitos da
mineração destruísse o distrito de Bento Rodrigues, na cidade mineira,
matando pelo menos oito pessoas e deixando mais de 20 pessoas
desaparecidas e centenas desabrigadas.
Além
disso, a onda de lama chegou ao Rio Doce, provocando a interrupção do
fornecimento de água de cidades que captam água do rio, como Governador
Valadares. A onda de lama está descendo o rio e deve impactar no
abastecimento de cidades do Espírito Santo, como Colatina, que também
será visitada por Dilma ainda nesta quinta-feira.
(Reportagem da Reuters TV)
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