Se você é chefe e tem a sensação de que seus
funcionários secretamente o odeiam e não sabe por que, pode ser que isso
aconteça por problemas de comunicação.
Segundo uma pesquisa
recente, conduzida com mil trabalhadores pela Harris and Interact, uma
consultoria em comunicação corporativa, 91% diz que a forma como os
superiores se comunicam pode prejudicar a relação com eles.
Os
colaboradores votaram as dez questões mais importantes que podem azedar a
relação com seus gestores. Conversamos com Lou Solomon, CEO da
Interact, sobre por que estes comportamentos são tão irritantes e como
os gestores podem mudar seu estilo de liderança para que as coisas
fiquem melhores.
A seguir vemos quais são os piores vícios de liderança, do menos grave até o pior.
9. Não perguntar aos colaboradores como é a vida fora do ambiente de trabalho
23% dos colaboradores disse que isso incomoda.
Para
ilustrar quão problemática é esta questão, Solomon lembrou do caso de
uma de suas clientes, cujo patrão sugeriu que fosse assistir a uma
palestra. O que o patrão não percebeu foi que sua colaboradora era, de
fato, uma das organizadoras da palestra. Esta experiência mostrou que
alguns gestores fazem apenas tentativas superficiais de contato com seus
subordinados.
É claro que os gestores não podem saber
tudo sobra a vida de seus funcionários fora do trabalho — mas algumas
informações mais importantes, como o nascimento do filho de um deles, a
perda de entes queridos e algumas funções profissionais como conduzir
uma palestra são questões importantes.
Solomon disse
que os funcionários podem encarar a questão da seguinte maneira: "uma
empresa onde o chefe só se importa com os resultados e não com minha
vida é um lugar onde não quero trabalhar".
8. Recusar-se a conversar pessoalmente ou ao telefone com as pessoas.
34% dos pesquisados identificou este como um problema para eles.
Com o advento das tecnologias digitais, do e-mail ao whatsapp, torna-se cada vez mais possível evitar o contato pessoal.
No
entanto, Solomon desaconselha esta prática. "A comunicação olho-no-olho
ainda é a forma mais persuasiva e influente que existe", ela diz.
Os
líderes podem se fazer presentes pessoalmente, seja por reuniões ou em
ligações telefônicas ou até mesmo nos encontros casuais da empresa.
Desta forma eles parecerão mais confiáveis e acessíveis.
"Você
pode se comunicar eletronicamente para trocar informações e delegar
funções", diz Solomon, "mas você não inspira confiança eletronicamente".
7. Não saber o nome dos subordinados
36% dos pesquisados disse que este é um problema para eles.
Os
colaboradores de hoje "querem uma troca significativa com os líderes de
uma empresa", diz Solomon. "E quando as pessoas não são tratadas
pessoalmente, isso faz com que se ressintam".
Solomon
cita casos em que o CEO pegou um elevador com um funcionário e o
cumprimentou dizendo seu nome. "O impacto disso é extraordinário", ela
diz.
Os líderes precisam acabar com a desculpa de "não
sou bom com nomes" e fazer disso uma prioridade. "Como líder", diz
Solomon, "está é uma de suas responsabilidades".
6. Não oferecer críticas construtivas
39% dos colaboradores pesquisados disseram que este era um problema.
"Os
melhores líderes falam às pessoas como está seu trabalho", diz Solomon,
"oferecem formas de se aprimorar nos cargos e atingir os seus
objetivos."
No entanto, Solomon diz que o feedback
construtivo é algo que falta nas lideranças de hoje, talvez por dois
motivos. Um é que muitos líderes se acham ocupados demais pra investir a
energia e o tempo para avaliar a performance impromptu dos
subordinados.
A segunda é o temor de ferir os sentimentos da equipe ao fazer uma observação negativa.
A chave é fazer críticas que ajudem a melhorar, criticando a performance sem sentimentos como frustração e raiva.
5. Tomar para si o crédito das ideias alheias
47% dos pesquisados disseram que este era um problema.
Poucos líderes realmente se apropriam do crédito pelas ideias dos empregados que as tiveram.
O
que acontece, de acordo com a consultora, é que na pressa de que as
coisas fiquem prontas os gestores acabam negligenciando dar o devido
crédito.
Para os empregados pode parecer que o chefe roubou a ideia e a sensação pode ser extremamente desmotivante.
4. Recusar-se a falar com os subordinados
51% dos pesquisados disse que este era um problema para eles.
Mais
uma vez, é imprescindível a conversa direta com os colaboradores —
apesar de isso geralmente ser resultado apenas de distração.
2. Não dar um direcionamento claro
57% dos colaboradores pesquisados citou a questão como um problema para eles.
Este
problema é muito mais comum do que aparenta. Líderes que não são
específicos sobre o que exatamente veem como uma realização e o que têm
em mente como bom resultado.
O que acaba acontecendo é
que o chefe acaba ficando frustrado com a entrega dos colaboradores,
quando era a responsabilidade dele dizer o que espera em primeiro lugar.
Solomon diz que os chefes precisam ter em mente que, enquanto pode ser mais fácil dar algumas mensagens principais genéricas sobre o projeto, será muito mais efetivo detalhar o direcionamento específico sobre o que deve ser feito. Desta forma, será evitado o famoso "retrabalho".
3. Não ter tempo para se reunir com os colaboradores
52% dos empregados disse que este era um problema para eles.
O
motivo para esta negligência não é porque não se importam com os
subordinados, mas geralmente um resultado do acúmulo de funções e
responsabilidaders.
Ainda assim, não ter tempo para se
encontrar e bater um papo com seus funcionários pode ser uma fraqueza
para sua empresa, diz Solomon.
Isto porque as pessoas
desenvolvem relações mais próximas com quem gostam de verdade — e é
difícil gostar de alguém que não coloca a relação com você como uma
prioridade.
1. Não reconhecer as realizações de um empregado
63% dos pesquisados disse que este era um problema para eles.
Segundo
Solomon, "o lado humano do negócio é muito mais importante que
números". Em outras palavras, se os funcionários se sentirem
desvalorizados, não se sentirão motivados a produzir na sua melhor forma
e a empresa terá a consequência disso nos resultados.
A solução é dar um feedback motivacional, diz Solomon, fazê-lo de forma específica e instantânea.
Quando
você diz especificamente do que gostou em um determinado projeto que
determinado colaborador está coordenando, haverá a sensação de que o
gestor compreende o talento do seu colaborador.
Se for
dito apenas "bom trabalho" não haverá uma percepção do que foi apreciado
ali. Além disso, qualquer um pode dizer isso porque é fácil demais.
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