Grupos de
caminhoneiros começaram greve nesta segunda-feira, interrompendo algumas
rodovias do Brasil, em uma mobilização organizada por meio de redes
sociais em protesto contra o governo federal.
Segundo
a Polícia Rodoviária Federal, há relatos na manhã desta segunda-feira
de bloqueios em pelo menos quatro pontos de rodovias federais de Minas
Gerais. No Paraná, há interrupção total em dois pontos da BR-376 e um da
BR-277.
Na BR-280, em Santa Catarina, manifestantes bloqueiam a passagem de todos os caminhões, que são desviados para o acostamento.
Ainda
segundo a PRF, no Rio Grande do Sul, há manifestações em seis pontos
diferentes de estradas, mas sem interrupção do tráfego.
Não
há avaliação sobre os problemas causados pelos bloqueios ao transporte
de carga e ao fluxo de produtos exportados pelo Brasil.
As
associações tradicionais de representação dos caminhoneiros, como a
União Nacional dos Caminhoneiros e o Movimento União Brasil
Caminhoneiro, não participam do movimento.
O Palácio do Planalto está preocupado com a politização da greve dos caminhoneiros deflagrada nesta segunda-feira.
O
governo vem negociando com os líderes do movimento para estabelecer uma
pauta, mas a associação das lideranças dos movimentos com líderes de
grupos que pedem o impeachment da presidente dificulta das negociações.
Os ministros
da Secretaria de Governo, Ricardo Berzoini, da Previdência e Trabalho,
Miguel Rosseto, e da Justiça, José Eduardo Cardozo, estão na frente de
negociação, mas não tiveram avanços até agora. A presidente já fez três
reuniões para tratar do tema, a última delas na sexta-feira, no Palácio
do Alvorada.
Além da
politização do movimento, o governo teme uma crise de abastecimento e o
bloqueio de estradas, como os que ocorreram entre os meses de fevereiro e
abril deste ano, e estuda até mesmo apelar para medidas judiciais se
houver bloqueios de estradas.
A
expectativa do governo é conseguir esvaziar o movimento ao negociar com
as lideranças interessadas em obter ganhos para a categoria, e não em
politizar o movimento. Parte dos líderes envolvidos no movimento de
fevereiro são contrários a essa greve justamente pela conotação
política.
No início de março,
Dilma sancionou sem vetos a Lei dos Caminhoneiros, que alivia pagamento
de pedágio, perdoa multas e promete ampliar pontos de paradas para
descanso, após greve de caminhoneiros em fevereiro que bloqueou estradas
pelo país.
(Reportagem adicional de Lisandra Paraguassu, em Brasília)
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