Em
São Paulo, o peemedebista e o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, são os
alvos principais de uma manifestação que reúne centenas de pessoas na
Avenida Paulista nesta tarde.
O ato, que é liderado pelo
Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), Central Única dos
Trabalhadores (CUT) e outras trinta organizações, também protesta conta o
pacote de ajuste fiscal do governo.
A concentração começou às
14hs. Até às 15hs, cerca de 1000 pessoas estavam presentes em frente ao
MASP, segundo estimativas não oficiais da Polícia Militar. Os
organizadores falam em 20 mil. "Eduardo Cunha é um bandido engravatado e
um sem-vergonha. Nossos companheiros vão ficar acampados em Brasília
até que ele caia. É uma vergonha o Cunha ainda não estar preso", disse o
líder do MTST, Guilherme Boulos, em discurso em cima do carro de som.
Em
outro momento de sua fala, o dirigente prometeu promover uma "ocupação"
e um "acampamento" na Câmara se forem feitos cortes em programas
sociais como o Minha Casa, Minha Vida. "Se houver cortes no Minha Casa,
Minha Vida e outros programas sociais, esse País vai pegar fogo. Fora
Cunha, Fora Levy", disse Boulos.
Em um manifesto publicado pela
frente, os movimentos chamam Cunha de "ladrão blindado" e apontam o
peemedebista como "representante da política conservadora". "Exigimos o
fora Cunha e somos contra o ajuste fiscal. Um dos grandes representantes
da política conservadora é Eduardo Cunha", diz o texto assinado pelos
movimentos sociais.
Cunha é investigado no âmbito da Operação Lava
Jato, sob acusação de receber propina com dinheiro desviado da
Petrobrás por meio de contas na Suíça. O presidente da Câmara tem negado
todas as acusações.
Ele é alvo de um processo de cassação da
mandato no Conselho de Ética da Casa, sob a acusação de ter mentido a
integrantes da CPI da Petrobrás sobre ter contas bancárias fora do
País. Em sua defesa, ele deve afirmar que falou a verdade à comissão,
pois possuía dinheiro em um ''trust", espécie de fundo de investimentos.
Em
São Paulo, a programação feita pelos organizadores é que os
manifestantes marchem até o parque do Ibirapuera, onde devem ocorrer
shows com artistas populares. Além de eventos na capital paulista, a
frente organizou atos nas cidades de Belo Horizonte, Porto Alegre,
Uberlância, Palmas, Boa Vista, Fortaleza, Curitiba e também no Rio.
Cunha
foi alvo de vários protestos desde que surgiram as denúncias de que
teria contas ocultas na Suíça. Nesta semana, manifestantes jogaram notas
falsas de dólares enquanto Cunha concedia uma entrevista coletiva a
jornalistas na Câmara.
Em Brasília, integrantes do Movimento
dos Trabalhadores Sem-Teto (MTST) realizaram o ato que contou com cerca
de 200 pessoas, de acordo com o movimento. O grupo partiu do terminal
rodoviário da capital federal e caminhou pelo Eixo Monumental até o
gramado em frente ao Congresso Nacional. No local, eles incendiaram um
boneco do peemedebista feito por eles.
Ao final do ato, três
integrantes do movimento chegaram a ser detidos, mas foram soltos logo
em seguida. Segundo a Polícia Civil, um integrante de 15 anos do MTST
agrediu outro membro do movimento de 19 anos durante uma discussão. O
pai do adolescente se meteu na briga e também acabou detido. Eles foram
levados para a delegacia, mas foram liberados após retirarem a denúncia.
Apesar do incidente interno, desta vez integrantes do MTST não
entraram em confronto com membros do Movimento Brasil Livre (MBL) que
estão acampados no gramado do Congresso desde a semana retrasada,
pedindo o impeachment da presidente Dilma Rousseff. No último dia 28 de
outubro, quando o protestavam contra a aprovação do projeto que tipifica
o crime de terrorismo, houve bate-boca e empurra-empurra entre
integrantes dos dois movimentos.
Churrasco
Neste
domingo pela manhã, integrantes do Movimento Brasil Livre fizeram um
churrasco no acampamento montado em frente ao Congresso. Eles assaram
carnes, como picanha e costela, em churrasqueira montada no próprio
gramado. Alguns manifestantes tentaram impedir repórteres fotográficos
de fazerem imagens do churrasco. Eles chegaram a hostilizar jornalistas,
acusando a imprensa de tendenciosa ao publicar matérias sobre o
protesto.
Apesar de autorizado pelo presidente da Câmara, o
protesto do MBL fere ato do Congresso de 2001 que proíbe a montagem de
tendas no gramado da Casa. Pela assessoria de imprensa, Cunha disse que
autorizou o protesto como "autorizaria qualquer outro movimento que não
esteja sob riscos de seguraça, nem coloquem em risco as pessoas que
circulam pelo local, respeite o patrimônio público, as normas de
trânsito e não tenha natureza hostil".
Belo Horizonte
Cerca
de 300 pessoas, conforme informações da Polícia Militar, participaram
de manifestação contra o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo
Cunha (PMDB-RJ), na Praça da Liberdade, Região Centro-Sul de Belo
Horizonte. O parlamentar é criticado pelo apoio a projetos de lei que
retiram direitos das mulheres.
"Sou médica e estou aqui porque
sei que o Cunha faz mal para a nossa saúde", afirma Maria Esther
Vilela, de 59 anos. "O presidente da Câmara está interferindo na vida
das mulheres, de forma a interferir na autonomia que temos sobre nossos
corpos", acrescentou a médica. Entre as medidas apoiadas por Eduardo
Cunha e criticadas pelos manifestantes está o projeto de lei 5069/13,
idealizado pelo deputado, que transforma em crime a propaganda e indução
ao aborto.
Mulheres, muitas com placas de "Fora Cunha", dançam ao
som de uma charanga. Integrantes do Movimento de Luta nos Bairros,
Vilas e Favelas (MLB) também participam do protesto. Logo no início da
manifestação, houve pequeno tumulto quando a Polícia Militar tentou
desobstruir uma das vias que circulam a praça. Um integrante do MLB
reclamou da forma que um policial pegou em seu braço. O desentendimento,
no entanto, terminou logo em seguida.
Os manifestantes seguiram para a Praça da Estação,
também na Região Centro-Sul de Belo Horizonte, onde encerrarão a
manifestação contra Eduardo Cunha. "O grito mais entoado é "ai, ai, ai,
ai empurra o Cunha que ele cai".
O funcionário público Marcelo
Jonas da Silva, de 45 anos, que participa do protesto, afirma que Cunha
tem que sair não só pela tentativa de retirada de direitos das
mulheres, mas pelas suspeitas de irregularidades no envio de recursos
para a Suíça.
Sobre a manifestação de hoje, o funcionário público
afirma que as mulheres têm que ter seus direitos assegurados em
proporção maior que os homens. "O motivo é simples. Elas ainda são
discriminadas. Um exemplo disso é que ganham menos do que nós",
argumenta.
Curitiba
Na
capital paranaense,o ato foi organizado na periferia pelo Movimento
Popular pela Moradia (PMP) e pelo movimento Povo Sem Medo, que reúne
outros movimentos populares, e que pedem a renúncia de Cunha. Além do
presidente da Câmara, a manifestação atacou a aliança do governo federal
com setores considerados conservadores e o provável corte de
investimentos nos programas populares.Atingido por denúncias de
corrupção, Cunha tem sido criticado por ter tentado, segundo o MPM,
restringir os investimentos da Caixa Econômica Federal (CEF). “Caso seu
projeto fosse aprovado não teríamos mais investimentos em moradias
populares”, disse um dos coordenadores do MM, Crisanto Figueiredo.
Segundo os organizadores, 1,1 mil participaram do evento que, mesmo com
chuva, atraiu os moradores das ocupações Primavera, 29 de Março e
Tiradentes – todas na região - , cuja população chega a 1,3 mil pessoas,
que aguardam habitação. Não houve uma estimativa de público por parte
de órgãos oficiais.Na opinião de Crisanto, o mau momento ruim vivido
pelo país não é apenas por causa de Cunha, pois o governo federal também
erra ao promover alianças grupos considerados conservadores. “Ele
ameaça com impeachment, o governo recua, depois ele recua por causa das
denúncias, mas volta a ameaçar, esse círculo precisa terminar”,
comentou.Agenor Sampaio, 62, mora na região e participou da manifestação
para que não ocorram cortes na área de moradias. “Precisamos defender o
que foi conseguido, mas seria uma mudança (saída de Cunha) para
melhor”, disse.No sábado à tarde, cerca de mil pessoas participaram,
juntamente com a Virada Cultural que acontece na cidade, de uma
manifestação pedindo a saída de Eduardo Cunha. A Virada termina neste
domingo, com apresentação de Emicida e estão previstos novos protestos.
Com Pedro Venceslau, Ricardo Chapola, Igor Gadelha, André Dusek, Leonardo Augusto e Julio Cesar Lima
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