Entenda o que senadores brasileiros foram fazer na Venezuela
São Paulo – A viagem de uma
comitiva de senadores brasileiros à Venezuela, ocorrida na tarde de
ontem, acabou em mal-estar diplomático, com direito a nota do Itamaraty
pedindo esclarecimentos ao governo venezuelano. Na linguagem da
diplomacia, isso é mais grave do que parece.
Mas, afinal, o que os senadores brasileiros foram fazer lá, e o que deu errado com a visita?
Liderada pelos
tucanos Aécio Neves (PSDB-MG) e Aloysio Nunes (PSDB-SP), a comitiva
tinha o objetivo de visitar o líder opositor venezuelano Leopoldo López,
detido há mais de um ano na prisão militar de Ramo Verde. Os senadores
também pretendiam ver de perto como está a situação política do país,
que vive um momento de profunda instabilidade política.
Porém,
o grupo brasileiro não conseguiu chegar à prisão onde está López.
Segundo relatos dos próprios parlamentares, o caminho entre o aeroporto e
o local da visita estava bloqueado, e o ônibus que levaria os senadores
chegou a ser apedrejado por manifestantes favoráveis ao governo de
Nicolás Maduro.
A comitiva
era formada por parlamentares de oposição ao governo Dilma. Além dos
líderes tucanos estavam também Ricardo Ferraço (PMDB-ES), Sérgio Petecão
(PSD-AC), Cássio Cunha Lima (PSDB-PB), José Medeiros (PPS-MT), Ronaldo
Caiado (DEM-GO) e José Agripino (DEM-RN).
Após as hostilidades, o grupo de senadores decidiu voltar para o Brasil sem concluir a visita.
De acordo com o jornal Folha de S.Paulo,
o fracasso da comitiva foi motivo de deboche do vice-presidente
venezuelano Jorge Arreaza. "Se os senadores estão aqui, é porque não têm
muito trabalho por lá [no Brasil]. Assim, umas horas a mais ou a menos,
dá no mesmo", teria dito em mensagem enviada para a mulher do opositor
Leopoldo López.
No lado
brasileiro, o episódio gerou críticas do presidente do Senado, Renan
Calheiros (PMDB-AL) e do Ministério das Relações Exteriores.
Em
texto aprovado pela presidente Dilma Rousseff, o Itamaraty afirmou que
“são inaceitáveis atos hostis de manifestantes contra parlamentares
brasileiros”. O órgão diz ainda que “solicitará ao governo venezuelano,
pelos canais diplomáticos, os devidos esclarecimentos sobre o ocorrido”.
Nenhum comentário:
Postar um comentário