Congresso deve mudar MP com novas regras para aposentadorias, diz Renan
O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL),
disse nesta quinta-feira (18) que cabe ao Congresso Nacional mudar a
medida provisória editada pelo governo para evitar que a progressividade
no cálculo das aposentadorias não “acabe comendo” a fórmula 85/95. “O
fundamental é que a medida provisória seja aprimorada no Congresso
Nacional. Ela parte do 85/95 e isso já é um avanço. O que precisamos é
mudar a regra da progressividade para que ela não acabe comendo o 85/95.
Esse é o papel do Congresso”, disse Calheiros após a missa de corpo do
ex-deputado Paes de Andrade, que morreu na quarta-feira (17).
Já o
líder do governo no Senado, Delcídio do Amaral (PT-MS), considerou que a
presidenta Dilma Rousseff encontrou uma solução "bastante razoável”
para a regra das aposentadorias. "Foi importante, o governo compreendeu a
decisão do Congresso mantendo o 85/95". Acrescentou que a regra de
progressão acompanha o aumento da expectativa de vida da população. "É
uma coisa absolutamente razoável", considerou Delcídio.
O petista Paulo Paim (RS), contudo, fez duras críticas à
fórmula de progressividade proposta pelo governo. “Analisei com calma e
essa fórmula de progressão é indecente. Não há nenhuma análise técnica
que diga e prove, a mim e ao mundo, que a expectativa de vida aumenta um
ano a cada ano. Isso é inaceitável”.
De acordo com o senador
gaúcho, o congresso tem três alternativas: derrubar o veto, mantê-lo e
suprimir a regra da progressividade proposta pelo governou ou manter a
regra 85/95 para quem já está no mercado de trabalhando e definir a
fórmula 90/100 para aqueles que ainda vão começar a trabalhar.
Com
a edição da MP a nova regra para o cálculo das aposentadorias começa a
valer imediatamente, com a chamada fórmula 85/95. A partir de agora,
para se aposentar com direito ao benefício integral, o trabalhador deve
somar o tempo de contribuição e a idade até chegar a 85 anos, paras
mulheres, e 95 anos, no caso dos homens. A partir de 2017, segundo a MP,
o cálculo será acrescido de um ponto a cada dois anos, até 2019. Daí em
diante, um ponto a cada ano até chegar a 90 (mulheres)/100 (homens), em
2022.
Pelo cálculos do governo, a regra da progressividade
atrelada à fórmula 85/95 reduzirá o impacto nas contas da Previdência em
R$ 50 bilhões, até 2026. Com o novo cálculo da aposentadoria, o governo
estima diminuir em 0,5 ponto percentual do Produto Interno Bruto (PIB) –
soma de todas as riquezas do país – o gasto com o pagamento do
benefício a partir de 2030. A equipe econômica não prevê impacto no
superávit primário e acredita em estabilização do sistema
previdenciário.
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