São Paulo – Documentos do Panamá Papers indicam que o empresário Ricardo Magro, amigo e ex-advogado do presidente da Câmara Eduardo Cunha (PMDB-RJ), tem ligação com ao menos seis offshores em paraísos fiscais. As informações são de reportagem do jornal O Estado de S.Paulo.
Segundo
a reportagem, os documentos mostram trocas de e-mails para a abertura
de duas offshores para o empresário com o objetivo de adquirir imóveis
na Flórida. Nas mensagens, pede-se que os diretores das empresas sejam
fictícios, nomeados pela firma panamenha Mossack Fonseca, especializada
em abrir empresas de fachada. A agente representante de magro é então
alertada de que não é permitido nomear diretores de fachada.
Ainda
de acordo com o jornal, em outra offshore Riocardo Magro usa um
mecanismo ainda mais sofisticado para ocultar o verdadeiro dono da
empresa. No caso da offshore Ronell Capital as ações “não eram nominais,
mas sim pertencentes ‘ao portador’, ou seja, a qualquer pessoa que
estivesse em posse dos papéis em um determinado momento”, diz a
reportagem.
Questionado pelo
jornal, Ricardo Magro afirmou suas offshores sempre foram declaradas às
autoridades brasileiras enquanto ele viveu no país. Hoje ele vive na
Europa.
Anteriormente, as
reportagens do Panamá Papers já haviam indicado ligação do deputado
Eduardo Cunha com a abertura de offshores fora do país. De acordo com o UOL,
David Muino, que se apresenta como vice-presidente do banco BSI, da
Suíça, atuou na abertura de empresas desse tipo para Cunha. O presidente
da Câmara negou ser proprietário de qualquer empresa offshore e disse
não conhecer David Muino.
A
Panamá Papers é uma investigação feita pelo Consórcio Internacional de
Jornalistas Investigativos (ICIJ, sigla em inglês) sobre a indústria de
empresas offshore. Esse tipo de empresa pode ser usada para esconder
dinheiro e dificultar o rastreamento de seus verdadeiros donos.
O
ICIJ, com apoio do jornal alemão Süddeutsche Zeitung, teve acesso a
11,5 milhões de documentos ligados ao escritório de advocacia panamenho
Mossack Fonseca. Os milhões de documentos vazados foram esmiuçados por
mais de 370 jornalistas de 76 países. No Brasil, fazem parte da ICIJ
profissionais do portal UOL, do jornal O Estado de S. Paulo e da
emissora Rede TV!.
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