Os grupos de manifestantes começaram a chegar ao fórum no início da manhã. © Foto: Aloisio Mauricio/Fotoarena/Agência O Globo Os grupos de manifestantes começaram a chegar ao fórum no início da manhã.
O protesto que reúne manifestantes pró e anti-Lula em frente ao Fórum Criminal da Barra Funda, em São Paulo, teve tumulto por volta das 11h, quando houve bate-boca e uma militante da Central de Movimentos Populares (CMP) ficou com a cabeça machucada, após ser atingida por uma pedra. Os grupos foram separados por grades pela Polícia Militar. O fórum está fechado para o público e a avenida Doutor Abrahão Ribeiro ficou interditada.
Segundo movimentos sociais, a militante foi atingida por uma pedra atirada por manifestantes contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Ela foi levada para a enfermaria do fórum. O incidente gerou trocas de provocações entre grupos contra e a favor o presidente Lula. Foram arremessados ovos e garrafas. Um manifestante a favor de Lula tentou arrancar uma faixa a favor da PM paulista trazida por um grupo a favor da intervenção militar. Do carro de som, um militante da CUT pediu para seus companheiros não caíssem nas provocações.
Os grupos de manifestantes começaram a chegar ao fórum no início da manhã de ônibus, com bandeiras e faixas. Eles foram surpreendidos pela decisão do Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP), que deferiu pedido liminar para suspensão do depoimento de Lula e da mulher dele, Marisa Letícia.
O ato pró-Lula foi organizado pela Frente Brasil Popular, que reúne entidades sociais e sindicais, entre elas a CUT. A central sindical levou para a capital paulista grupos da CUT de diversos estados como Ceará, Bahia, Rio de Janeiro, Santa Catarina e Mato Grosso. Representantes de partidos — PT, PC do B e PCO — também participam do protesto.
O ato pró-Lula foi organizado pela Frente Brasil Popular, que reúne entidades sociais e sindicais, entre elas a CUT. © Foto: Douglas Pingiruto/Brazil Photo Press/Agência O Globo O ato pró-Lula foi organizado pela Frente Brasil Popular, que reúne entidades sociais e sindicais, entre elas a CUT.
No lado anti-Lula, estão pessoas ligadas ao Movimento Brasil Livre (MBL).
Três deputados federais do PT chegaram ao ato: Wadih Damous (RJ), Paulo Pimenta (RS) e Paulo Teixeira (SP), este último responsável pelo pedido de suspensão junto ao CNMP.
Grupos contra e a favor o ex-presidente Lula estão separados por pelo menos 5 metros, em uma barreira montada pela Polícia Militar. No mesmo momento em que a pedra foi atirada, grupos pró-impeachment disseram que foram atingidos por um ovo, que teria sido atirado pelo lado pró-Lula. A moça machucada foi identificada como Fernanda, da CMP Fazenda da Juta.
A chegada da Tropa de Choque da PM acirrou os animos na entrada do Fórum. Os policiais conversam apenas com os manifestantes pró-Lula. Os movimentos sociais pedem para que os ativistas contra Lula não encham o Pixuleco, boneco inflável gigante do ex-presidente, pois consideram isso uma provocação desnecessária. A CUT havia prometido terminar o ato às 11h.
O fórum amanheceu com forte esquema de segurança. Pouco antes das 8h, havia menos de 30 pessoas, dividindo a mesma calçada de forma pacífica. Um grupo chegou a escrever, no asfalto, a frase “Lula na cadeia”. Logo em seguida, militantes pró-Lula cobriram o chão com faixas.
Alguns ônibus com grupos anti e pró-Lula estão estacionados no entorno do fórum e seus ocupantes ainda não decidiram se vão aderir ao ato.
Na porta do Instituto Lula, cerca de 50 manifestantes, vestindo camisetas do PT e com bandeiras da CUT, estiveram no local. Após uma rápida reunião, decidiram seguir para a Barra Funda.
Teixeira disse que não há intenção de paralisar a investigação.
— Nenhum promotor está acima da lei. Ninguém quer paralisar essa investigação, mas ela tem que ser feita por autoridade competente. Quem investiga tem que ter imparcialidade — disse o deputado.