O protesto que reúne
manifestantes pró e anti-Lula em frente ao Fórum Criminal da Barra
Funda, em São Paulo, teve tumulto por volta das 11h, quando houve
bate-boca e uma militante da Central de Movimentos Populares (CMP) ficou
com a cabeça machucada, após ser atingida por uma pedra. Os grupos
foram separados por grades pela Polícia Militar. O fórum está fechado
para o público e a avenida Doutor Abrahão Ribeiro ficou interditada.
Segundo
movimentos sociais, a militante foi atingida por uma pedra atirada por
manifestantes contra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Ela foi
levada para a enfermaria do fórum. O incidente gerou trocas de
provocações entre grupos contra e a favor o presidente Lula. Foram
arremessados ovos e garrafas. Um manifestante a favor de Lula tentou
arrancar uma faixa a favor da PM paulista trazida por um grupo a favor
da intervenção militar. Do carro de som, um militante da CUT pediu para
seus companheiros não caíssem nas provocações.
Os
grupos de manifestantes começaram a chegar ao fórum no início da manhã
de ônibus, com bandeiras e faixas. Eles foram surpreendidos pela decisão
do Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP), que deferiu pedido
liminar para suspensão do depoimento de Lula e da mulher dele, Marisa
Letícia.
O ato pró-Lula foi
organizado pela Frente Brasil Popular, que reúne entidades sociais e
sindicais, entre elas a CUT. A central sindical levou para a capital
paulista grupos da CUT de diversos estados como Ceará, Bahia, Rio de
Janeiro, Santa Catarina e Mato Grosso. Representantes de partidos — PT,
PC do B e PCO — também participam do protesto.
No lado anti-Lula, estão pessoas ligadas ao Movimento Brasil Livre (MBL).
Três
deputados federais do PT chegaram ao ato: Wadih Damous (RJ), Paulo
Pimenta (RS) e Paulo Teixeira (SP), este último responsável pelo pedido
de suspensão junto ao CNMP.
Grupos
contra e a favor o ex-presidente Lula estão separados por pelo menos 5
metros, em uma barreira montada pela Polícia Militar. No mesmo momento
em que a pedra foi atirada, grupos pró-impeachment disseram que foram
atingidos por um ovo, que teria sido atirado pelo lado pró-Lula. A moça
machucada foi identificada como Fernanda, da CMP Fazenda da Juta.
A
chegada da Tropa de Choque da PM acirrou os animos na entrada do Fórum.
Os policiais conversam apenas com os manifestantes pró-Lula. Os
movimentos sociais pedem para que os ativistas contra Lula não encham o
Pixuleco, boneco inflável gigante do ex-presidente, pois consideram isso
uma provocação desnecessária. A CUT havia prometido terminar o ato às
11h.
O fórum amanheceu com
forte esquema de segurança. Pouco antes das 8h, havia menos de 30
pessoas, dividindo a mesma calçada de forma pacífica. Um grupo chegou a
escrever, no asfalto, a frase “Lula na cadeia”. Logo em seguida,
militantes pró-Lula cobriram o chão com faixas.
Alguns
ônibus com grupos anti e pró-Lula estão estacionados no entorno do
fórum e seus ocupantes ainda não decidiram se vão aderir ao ato.
Na
porta do Instituto Lula, cerca de 50 manifestantes, vestindo camisetas
do PT e com bandeiras da CUT, estiveram no local. Após uma rápida
reunião, decidiram seguir para a Barra Funda.
Teixeira disse que não há intenção de paralisar a investigação.
—
Nenhum promotor está acima da lei. Ninguém quer paralisar essa
investigação, mas ela tem que ser feita por autoridade competente. Quem
investiga tem que ter imparcialidade — disse o deputado.
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