Por não conhecer os sinais, tempo do diagnóstico do problema em mulheres é maior
ARTIGO DE ESPECIALISTA
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PUBLICADO EM 09/12/2015
Infarto ou angina são formas de apresentação da doença arterial coronariana.
O músculo cardíaco (miocárdio) é alimentado através das
artérias coronárias, que levam sangue da aorta até as fibras. O coração
não consegue utilizar o sangue que passa por dentro dele e é bombeado
para o restante do corpo. Ao longo da vida, parte do colesterol é
depositado dentro das artérias, diminuindo a luz por onde passa o
sangue. Essa dificuldade do miocárdio em receber sangue oxigenado leva a
sofrimento do músculo (isquemia), causando dor durante o esforço
físico. Às vezes essa gordura cresce tanto que rompe para dentro da luz
da coronária, obstruindo totalmente o vaso e causando intenso sofrimento
e morte das fibras musculares (infarto).
Infarto em homens
Em homens a dor do infarto geralmente é
percebida como uma pressão no peito, mal definida, uma dor que a pessoa
não sabe dizer de onde vem. Não é possível localizar com um dedo. A dor
pode ser acompanhada de suor sem estar sentindo calor ("suor frio"), dor
em braços, dor na boca do estômago e até dor na mandíbula. Tonturas e desmaios durante a dor podem acontecer.
Infarto em mulheres
Em mulheres os sintomas variam mais. As
dores podem ser descritas como queimação, pontadas, facadas, em região
do peito. As dores em mulheres geralmente são subvalorizadas, pois
classicamente mulheres antes da menopausa têm menos chance de ter
infarto que homens da mesma idade. Hoje mulheres fumam, bebem, tem
trabalhos estressantes e se exercitam pouco. Usam anticoncepcionais, que associados a alguns outros fatores de risco, como dieta inadequada e sedentarismo, bem como cigarro, aumentam a chance de trombose e infarto.
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Tratamento
O tempo da entrada em um pronto socorro
até o diagnóstico é maior para as mulheres, e isso faz diferença na
evolução da internação. Em doença coronariana usamos a frase "tempo é
músculo", o que significa que quanto mais tempo leva para tratar, maior o
dano ao miocárdio. Mulheres são menos submetidas a trombólise que
homens - trombólise é o tratamento com uma medicação que tenta
desobstruir de forma aguda a coronária durante infarto agudo do
miocárdio.
O tratamento para homens e mulheres é o
mesmo. Medicação via oral, em casos menos graves. Medicação intravenosa,
como trombolíticos, quando observamos que artéria esta completamente
obstruída. E angioplastia, sempre que disponível, que permite localizar
onde está a obstrução e tratar de uma forma pontual, bem localizada e
geralmente de forma mais duradoura que a trombólise. É colocado um
"stent", um alicerce de metal por dentro da obstrução para evitar que
feche novamente
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