PARIS
- Em meio à crise política em Brasília, o assessor especial da
presidência para Assuntos Internacionais, Marco Aurélio Garcia, afirmou
neste sábado, 28, em Paris, que "não existe grande alternativa política
no Brasil". Questionado pelo Estado, o assessor da
presidente Dilma Rousseff disse que o sistema político brasileiro,
baseado no presidencialismo de coalizão, "não vai longe".
Garcia
afirmou que o momento político do país é de "crise política forte", que
"afeta todos os partidos", inclusive o Partidos Trabalhadores (PT). Foi
então que o assessor avaliou: "Não há uma grande alternativa política
no Brasil".
O assessor é um dos mais longevos quadros do PT nos governos de Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff, que passou a integrar desde a posse de 2003. Indagado pelo Estado sobre se o momento da crise política, com a prisão do senador Delcídio do Amaral, líder do PT no Senado, é o pior em mais de 12 anos de poder, o assessor respondeu que considera o presidencialismo de coalizão com os dias contatos.
O assessor é um dos mais longevos quadros do PT nos governos de Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff, que passou a integrar desde a posse de 2003. Indagado pelo Estado sobre se o momento da crise política, com a prisão do senador Delcídio do Amaral, líder do PT no Senado, é o pior em mais de 12 anos de poder, o assessor respondeu que considera o presidencialismo de coalizão com os dias contatos.
"O sistema político do Brasil como um todo está afetado.
O problema é saber como nós vamos superar os problemas políticos
estruturais", argumentou Garcia. "Você acha que o presidencialismo de
coalizão com o qual trabalhamos há algum tempo vai longe? É lógico que
não vai."
Garcia criticou ainda a organização do sistema
partidário no Brasil. "Eu sou a favor da multiplicidade de partidos, mas
eu sou contra as razões que levam à multiplicidade de partidos",
afirmou. "Quais são os partidos que têm identidade efetivamente?
Poucos."
O assessor integra a comitiva do Brasil que participará da abertura da 21ª Conferência do Clima (COP 21) das Nações Unidas. Dilma Rousseff chegou ao hotel e ingressou pela garagem, sem falar com os jornalistas.
A
delegação chegou dois dias antes do evento, quando ainda não tinha
compromissos previstos na agenda oficial. No final da tarde, a
presidência informou que quatro reuniões bilaterais foram marcadas para o
domingo, com a primeira-ministra da Noruega, Erna Solberg, com os
presidentes do Equador, Rafael Correa, e da Bolívia, Evo Morales, e com o
representante da Comunidade do Caribe (Caricom).
Uma reunião com
negociadores brasileiros da COP 21 também será realizada na embaixada do
Brasil em Paris. Segundo Garcia, o discurso da presidente para a
abertura da Conferência do Clima, na segunda-feira, já está redigido.
Questionado pelo Estado se a presidente pedirá um acordo internacional
legalmente vinculante (obrigatório), Garcia disse que o discurso não
entra no assunto. "Ela não entra no detalhe sobre a obrigatoriedade do
acordo, porque isso não está fechado. Essas coisas se resolvem de outra
maneira", argumentou, referindo-se às negociações.
Embora tenha
chegado mais cedo a Paris, a presidente reduziu a viagem internacional.
Visitas programas para o Japão e o Vietnã para o início da semana foram
canceladas - a Tóquio pela segunda vez. Sobre o cancelamento, Garcia
reconheceu o inconveniente. "É chato, eles vão ficar chateados, mas
saberão entender", disse Garcia, antecipando que a presidente pretende
encontrar o primeiro-ministro do Japão, Shinzo Abe, em Paris.
Nenhum comentário:
Postar um comentário