A
presidente Dilma Rousseff publicará na próxima segunda-feira um decreto
de contingenciamento de cerca de 10 bilhões de reais, divulgou a
Secretaria de Comunicação nesta sexta-feira (27/11). A medida se tornou
necessária devido ao posicionamento do Tribunal de Contas da União (TCU)
e a consequente não aprovação da nova meta fiscal deste ano pelo
Congresso Nacional.
Com isso,
pela primeira vez, o Brasil terá um quadro que os especialistas chamam
de "shut down", ou seja, a suspensão de todas as despesas
discricionárias. Isso significa que o governo federal não arcará com os
pagamentos de investimentos públicos, de todos os serviços de água, luz,
telefone, bolsas no Brasil e no exterior, fiscalização ambiental, do
trabalho, da Receita Federal e da Polícia Federal. A suspensão também
atingirá gastos com passagens e diárias.
A
Secretaria de Comunicação afirmou que este não é um problema
financeiro, mas orçamentário. Segundo o Palácio do Planalto, esta é uma
situação "absolutamente momentânea". O governo de Dilma espera que a
nova meta seja aprovada pelos parlamentares já na próxima semana, o que
permitira a liberação imediata do contingenciamento
No
início do ano, o governo tinha estipulado meta de superávit primário –
economia para pagar os juros da dívida pública – em 55 bilhões de reais.
No entanto, as dificuldades para cortar gastos e aumentar as receitas
fizeram a equipe econômica revisar a meta fiscal de 2015 para déficit
primário de 51,8 bilhões de reais. Devido ao reconhecimento dos atrasos
nos repasses a bancos públicos, o valor do déficit subirá para 119,9
bilhões de reais caso seja aprovado pelos parlamentares.
Dilma cancela viagem à Ásia
Com
o contingenciamento, a presidente decidiu cancelar suas viagens ao
Japão e ao Vietnã, que estavam agendadas entre 1º e 4 de dezembro.
Segundo a Secretária de Comunicação, a decisão foi tomada "porque a
partir de primeiro de dezembro o governo não pode mais empenhar novas
despesas discricionárias, exceto aquelas essenciais ao funcionamento do
Estado e ao interesse público".
Dilma,
no entanto, manteve sua viagem a Paris, onde participará da COP-21,
conferência sobre mudanças climáticas, já que este evento está marcado
para começar em 30 de novembro.
PV/ab/ots
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