Com o nome
citado nas gravações que levaram Delcídio Amaral, líder do governo no
senado, e o banqueiro André Esteves, dono do BTG, para a prisão, o
senador Romário Faria usou sua página no Facebook para fazer sua defesa.
Romário
garante que no dia 4 de novembro se reuniu com Delcídio apenas para
tratar da votação de um Projeto de Resolução do Senado (PRS 50/2015), do
senador José Serra, do qual foi coautor.
"No áudio, meu nome é
citado. E uma história diferente da relatada acima é contada. O advogado
levanta suspeita sobre um assunto que já foi esclarecido por mim e
pelas autoridades brasileiras e suíças", defende-se Romário.
"Aqueles
que novamente fazem acusações inverídicas claro que responderão à
Justiça. Qual a credibilidade do advogado de um bandido, corrupto e
responsável por roubar uma das principais empresas do país?", completou.
No
áudio gravado de conversa com Delcídio Amaral, o advogado de Nestor
Cerveró, Edson Ribeiro, afirma que Romário possuía conta na Suíça, e que
o ex-atacante foi avisado para retirar seu dinheiro do banco BSI.
Em
julho deste ano, a revista Veja publicou que o senador pelo PSB-RJ
tinha uma conta no país europeu não-declarada à Receita Federal
brasileira e apresentou extratos para comprová-la.
Romário negou,
viajou até a Suíça para desmentir a publicação; o banco BSI afirmou que o
extrato apresentado pela revista era falso e mostrou um documento no
qual diz que a conta não existe.
O BSI foi adquirido em 2014 pelo
BTG Pactual, que tem André Esteves — preso também nesta quarta-feira na
Operação Lava Jato — como um de seus sócios.
Confira a declaração de Romário na íntegra:
"Galera, sobrou de novo para mim. Está brabo o negócio.
Encontrei
o senador Delcídio Amaral no dia 4 de novembro, quarta-feira, para
tratar da votação de um Projeto de Resolução do Senado (PRS 50/2015), do
senador José Serra, do qual fui coautor.
Na ocasião, foi
feito um pedido ao senador Delcídio Amaral, que preside a Comissão de
Assuntos Econômicos, para agilizar a tramitação do projeto, que tinha o
senador Ricardo Ferraço como relator.
Participaram da
reunião o prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes, o secretário de
Governo, Pedro Paulo, e o senador Ricardo Ferraço. Todos diretamente
interessados na aprovação dessa resolução, que propôs o fim de barreiras
à cessão de dívida ativa de estados e municípios. Esse foi o teor da
reunião.
Hoje chegou à imprensa o áudio de uma conversa
do senador Delcídio Amaral e do seu chefe de gabinete com o advogado e o
filho do investigado na Operação Lava Jato, ex-diretor da Petrobras
Nestor Cerveró.
No áudio, meu nome é citado. E uma
história diferente da relatada acima é contada. O advogado levanta
suspeita sobre um assunto que já foi esclarecido por mim e pelas
autoridades brasileiras e suíças. Aqueles que novamente fazem acusações
inverídicas claro que responderão à Justiça. Qual a credibilidade do
advogado de um bandido, corrupto e responsável por roubar uma das
principais empresas do país?
Não é novidade para ninguém
que o prefeito Eduardo Paes tem interesse que eu apoie o seu candidato à
sucessão. Não sou responsável pelo que terceiros falam, apenas pelos
meus atos. Assim sendo, deixo claro que não tenho nenhum acordo com
ninguém e, infelizmente, o dinheiro não é meu. Digo infelizmente porque,
com certeza, se fosse meu, seria fruto de muito trabalho honesto.
Descrição da Imagem #PraCegoVer: sobre um fundo amarelo, está escrito "Só pra esclarecer..."
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