Os pareceres sobre
os pedidos de impeachment da presidente Dilma Rousseff estão prontos,
disse nesta quinta-feira o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo
Cunha (PMDB-RJ), que afirmou também ser "possível" que decida sobre
esses pedidos até segunda-feira.
Cunha
havia afirmado anteriormente que despacharia todos os pedidos de
impedimento da Dilma até o final deste mês e, indagado nesta quinta se o
prazo estava mantido, lembrou que o mês acaba na segunda e adotou ar de
mistério sobre se cumprirá o prazo.
"Novembro
ainda não acabou. Quem sabe segunda-feira? Novembro acaba segunda, não
estou ainda inadimplente, você pode cobrar a partir de segunda", disse o
parlamentar.
Questionado se,
portanto, decidiria sobre os pedidos de impeachment até a próxima
segunda-feira, Cunha respondeu: "É possível, é possível".
Cabe a Cunha, como presidente da Câmara, dar ou não andamento a um pedido de impedimento da presidente.
Entre os pedidos pendentes de análise está o elaborado pelos juristas Hélio Bicudo, Miguel Reale Jr. e Janaína Paschoal.
Essa
peça tem o apoio da oposição e é baseada, entre outros pontos, nas
chamadas "pedaladas fiscais", já condenadas pelo Tribunal de Contas da
União (TCU), e em indícios apontados pelo Ministério Público junto ao
órgão de contas de que essas manobras tiveram continuidade neste ano.
Cunha
rompeu com o governo Dilma depois de ser acusado por um delator da Lava
Jato de ter recebido 5 milhões de dólares do esquema de corrupção na
Petrobras.
Ele é alvo de
denúncia feita pela Procuradoria-Geral da República ao Supremo Tribunal
Federal (STF) por conta dessa acusação e também responde a inquérito,
autorizado pelo Supremo, por conta da existência de contas bancárias em
seu nome e de familiares na Suíça.
Responde
ainda a um processo que pede a cassação de seu mandato no Conselho de
Ética da Câmara por quebra de decoro, acusado de mentir em depoimento à
CPI da Petrobras quando negou ter contas no exterior. Documentos dos
Ministérios Públicos do Brasil e da Suíça apontaram a existência das
contas no nome do peemedebista no país europeu.
(Por Eduardo Simões, em São Paulo; Edição de Raquel Stenzel)
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