Brasília - Em sessão extraordinária da 2ª Turma do
Supremo Tribunal Federal (STF) nesta manhã, que discute a prisão do
senador Delcídio Amaral e do banqueiro André Esteves, do BTG Pactual, o
ministro Teori Zavascki relatou que houve uma promessa de pagamento de
R$ 4 milhões para evitar que o ex-diretor da Petrobrás, Nestor Cerveró,
firmasse acordo de delação premiada.
O senador chegou a
oferecer, segundo o relator, auxílio financeiro em R$ 50 mil mensais à
família de Cerveró, além de intercessão política em favor de liberdade
junto aos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) e ajuda em fuga
para a Espanha.
De acordo com as investigações da
Procuradoria-Geral da República, seriam pagas vantagens indevidas à
família do ex-diretor da Petrobras através de pagamentos simulados de
honorários pelo BTG Pactual ao advogado Edson Ribeiro. Os valores, que
segundo promessa do senador chegariam ao montante de R$ 4 milhões,
seriam repassados pelo advogado à família de Cerveró aos poucos.
As tentativas de Delcídio em dissuadir o
ex-diretor para não delatá-lo foram gravadas por Bernardo Cerveró, filho
do delator, em duas reuniões ocorridas em setembro, no Rio de Janeiro, e
a última na semana passada, em um hotel de luxo em Brasília. O
banqueiro André Esteves, o advogado de Cerveró, Edson Ribeiro, e o chefe
de gabinete de Delcídio no Senado, Diogo Ferreira, também participavam
das tratativas.
Segundo relato de Zavascki, em delação
premiada, Cerveró descreveu a prática de corrupção ativa por André
Estever em pagamentos ao senador Fernando Collor (PTB-AL) em contrato de
embandeiramento de 120 postos de combustíveis em São Paulo. Além de
atos de corrupção por Delcídio envolvendo a compra da refinaria de
Pasadena.
Por meio de nota, a assessoria de imprensa do banco BTG
Pactual informou que "está à disposição das autoridades para prestar
todos os esclarecimentos necessários e vai colaborar com as
investigações."
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