São Paulo - A
presidente Dilma Rousseff disse na noite desta quarta-feira, 12, que
jamais cogitou renunciar ao cargo. "Jamais cogito em renunciar", disse
em entrevista ao SBT Brasil. A quatro dias das manifestações previstas
em todo o País, cujo um dos motes será o seu pedido de impeachment,
Dilma argumentou que em uma democracia não se afasta um governante
eleito "legitimamente pelo voto popular" por causa de divergências de
posição política.
A presidente disse que há uma intolerância
crescente no Brasil, não da sociedade, mas das elites. Ela disse que
apesar das críticas e do clima acirrado, não vê contra si uma
movimentação de golpe, mas reconheceu o que chamou de uma "iniciativa
incipiente". "Vejo uma tentativa ainda bastante incipiente e muito
artificial de criar um clima desse tipo", destacou.
Ao citar a
postura de Carlos Lacerda contra Getúlio Vargas, Dilma fez uma
construção histórica para afirmar que no passado recente da história
brasileira "sistematicamente houve tentativa de golpe contra todos os
presidentes". E sustentou a argumentação de seu governo de que é preciso
defender a democracia e as instituições. "A democracia exige respeito à
instituição, o que é fundamental não para mim, mas para a instituição
(Presidência da República) e para todos os presidentes que vierem depois
de mim."
Sobre os protestos marcados para domingo, 16, Dilma
disse que é necessário "conviver com as diferenças", mas que é preciso
"evitar a intolerância, pois ela divide o País". Com uma estratégia de
se blindar contra a possível escalada de ataques, alertou que é preciso
cuidado para evitar que os atos gerem violência. E ponderou não
acreditar em um "Brasil fascista", pois o País é composto de diferentes
etnias e lida bem com as diferenças.
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