O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva escreveu uma coluna no
jornal Folha de S. Paulo desta terça-feira (18) onde volta a dizer que
está sendo perseguido e nunca cometeu nenhum ato ilegal. Segundo ele,
"estão à procura de um crime, para me acusar, mas não encontraram e nem
vão encontrar". No texto, ele ressalta sua trajetória política e diz que
nunca fez nada que pudesse manchar sua história.
"As falsas
acusações que me lançaram não visavam exatamente a minha pessoa, mas o
projeto político que sempre representei: de um Brasil mais justo, com
oportunidades para todos", afirma. Lula também aproveita para reclamar
do fato de que sua mulher e filhos também estão tendo suas vidas
investigadas.
Segundo o ex-presidente, a prisão de dois
ex-ministros de seu governo, Guido Mantega e Antonio Palocci, e as
recentes denúncias contra ele "certamente interferiram" no resultado das
eleições municipais, em que o PT foi considerado o maior perdedor. "Não
posso me calar, porém, diante dos abusos cometidos por agentes do
Estado que usam a lei como instrumento de perseguição política", acusa
Lula.
"Desde a campanha eleitoral de 2014, trabalha-se a narrativa
de ser o PT não mais partido, mas uma 'organização criminosa", e eu o
chefe dessa organização. Essa ideia foi martelada sem descanso por
manchetes, capas de revista, rádio e televisão. Precisa ser provada à
força, já que 'não há fatos, mas convicções'", diz o petista cutucando
os procuradores do Ministério Público.
"Passados dois anos de
operações, sempre vazadas com estardalhaço, não conseguiram encontrar
nada capaz de vincular meu nome aos desvios investigados. Nenhum centavo
não declarado em minhas contas, nenhuma empresa de fachada, nenhuma
conta secreta", continua o ex-presidente.
Lula ainda se diz
surpreso com a forma como as autoridades conduzem as operações, sem
conhecimento e se baseando apenas em convicções. "Meus acusadores sabem
que não roubei, não fui corrompido nem tentei obstruir a Justiça, mas
não podem admitir. Não podem recuar depois do massacre que promoveram na
mídia", afirma.
Por fim, o petista se diz com a consciência
tranquila. "Confio que cedo ou tarde a Justiça e a verdade prevalecerão,
nem que seja nos livros de história. O que me preocupa, e a todos os
democratas, são as contínuas violações ao Estado de Direito. É a sombra
do estado de exceção que vem se erguendo sobre o país", conclui Lula.
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