A Frente Associativa da Magistratura e
do Ministério Público (Frentas) – coordenada pela Associação dos
Magistrados Brasileiros (AMB) –, protocolou na Procuradoria-Geral da
República, nesta quinta-feira um pedido de apuração e “possível abertura
de inquérito criminal” contra o ministro do Supremo Tribunal Federal
(STF) Gilmar Mendes.
O documento, endereçado ao procurador-geral Rodrigo Janot, solicita uma análise das declarações do ministro
durante sessão plenária no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), na
terça. Na ocasião, Mendes afirmou que “promotores e juízes ameaçam
parlamentares com a Lei da Ficha Limpa e não querem a Lei de Abuso de
Autoridade porque praticam, às escâncaras, o abuso de autoridade. Ao
empoderarmos determinadas corporações, estamos dando a eles o poder que
eles precisam para fazer esse tipo de chantagem.”
A frente de
juízes e procuradores alega que as expressões usadas por Gilmar Mendes
“constituem uma acusação criminosa a promotores e a juízes, o que,
evidentemente, merece repulsa”.
As afirmações atribuídas ao
ministro “podem ser configuradas como infração penal”, segundo avaliação
da Frentas, integrada por oito entidades. Para os integrantes da
Frentas, “se algum magistrado ou membro do Ministério Público praticou a
conduta, a denúncia precisa ser feita à Corregedoria e ao órgão
competente para apuração da infração disciplinar e penal”.
“Não é
possível aceitar a acusação feita de forma generalizada contra agentes
públicos que atuam no combate à corrupção no País”, argumentam as
entidades. “Tais acusações, graves e sem demonstração concreta de
qualquer caso de ‘chantagem’, o que serviria apenas para desqualificar o
Ministério Público e a magistratura, precisam ser examinadas sob a
ótica da Lei Penal e da Lei Orgânica da Magistratura Nacional e, porque
não parece possível admitir que sejam perpetradas sem que se dê qualquer
consequência, diante de um fato de tamanha gravidade”, afirma trecho do
documento.
(Com Estadão Conteúdo)
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