O ex-presidente da Câmara dos Deputados Eduardo Cunha
(PMDB-RJ) reagiu nesta quarta-feira a ordem de prisão expedida contra
ele pelo juiz Sergio Moro e atacou o Ministério Público Federal em
Curitiba. “Trata-se de uma decisão absurda, sem nenhuma motivação e
utilizando-se dos argumentos de uma ação cautelar extinta pelo Supremo
Tribunal Federal”, disse Cunha por meio de nota. O político está neste
momento a caminho de Curitiba, onde deverá se apresentar à
Superintendência da Polícia Federal na capital paranaense por volta das
16h30.
Rodrigo Janot havia solicitado a prisão de Eduardo Cunha
por considerar que ele continuava mantendo influência sobre
correligionários e aliados e impedindo que investigações contra ele
seguissem adiante. A penalidade, alegou o chefe do Ministério Público,
seria uma prisão preventiva sancionatória, já que Cunha havia sido
suspenso de seu mandato e afastado da presidência da Câmara dos
Deputados, mas ainda assim continuava a atuar contra o avanço de
apurações da Operação Lava Jato. O ministro Teori Zavascki, do STF, no
entanto, arquivou o pedido de prisão do político. Cassado, Cunha perdeu o
direito ao foro privilegiado e teve parte de seus processos remetidos
para Curitiba e passou a ficar sob a alçada do juiz Sergio Moro.
“A
referida ação cautelar do supremo, que pedia minha prisão preventiva,
foi extinta e o juiz, nos fundamentos da decretação de prisão, utiliza
os fundamentos dessa ação cautelar, bem como de fatos atinentes a outros
inquéritos que não estão sob sua jurisdição, não sendo ele juiz
competente para deliberar”, atacou Eduardo Cunha nesta quarta.
Ao
pedir a prisão de Cunha, a força-tarefa da Lava Jato em Curitiba listou
argumentos similares aos que já haviam sido invocados pelo
procurador-geral da República Rodrigo Janot quando ele defendeu que o
político fosse suspenso do mandato parlamentar. Segundo a força-tarefa
da Lava Jato, evidenciam a disposição de Cunha de atrapalhar as
investigações iniciativas como o assédio a lobistas, o uso da extinta
CPI da Petrobras para coagir a advogada Beatriz Catta Preta e o doleiro
Alberto Youssef e a contratação da empresa de investigação Kroll para
desqualificar informações dadas em depoimento por delatores.
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