A jornalista Cláudia Cruz, mulher do deputado cassado Eduardo Cunha
(PMDB-RJ), visitou o marido na carceragem da Polícia Federal (PF) de
Curitiba na manhã desta sexta-feira. Ela deixou o prédio sem falar com
ninguém, acompanhada do advogado Marlus Arns de Oliveira, que, no dia
anterior, havia dito que nenhum familiar de Cunha iria visitá-lo.
Também
investigada na Lava-Jato, Cláudia passou quase despercebida pela
portaria da PF. Ela usava um blazer preto, tinha os cabelos presos em um
coque, carregava uma bolsa também preta e estava de óculos escuros.
Andando rápido, ao lado do seu defensor, a jornalista entrou em um carro
branco sem dar declarações à imprensa.
Em geral, as visitas de
custodiados na PF são reservadas para as quartas-feiras, embora a
corporação possa abrir exceções. Cunha está sozinho em uma cela da
carceragem da PF na mesma ala que traficantes de drogas e o ex-ministro
Antônio Palocci. Ele tem direito a duas horas de banho de sol em um
horário em que não encontre outros investigados que possam ter relação
com o seu processo.
Nesta sexta-feira, a defesa do ex-presidente
da Câmara dos Deputados deve entrar com um habeas corpus que será
julgado pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF-4) para tentar
reverter o mandado de prisão preventiva.
Neste processo, o
parlamentar é acusado de receber US$ 1,5 milhão de propina na compra
feita pela Petrobras de um poço de exploração de petróleo em Benin. Já
Cláudia é acusada de lavar dinheiro obtido de forma irregular por seu
marido por meio de contas no exterior. Ela, inclusive, deve prestar
depoimento para o juiz Sérgio Moro em 14 de novembro.
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