A Polícia Federal abriu novo inquérito para apurar pagamentos
de propinas da Odebrecht em outros contratos, além do que estavam sob
investigação na Petrobrás pela Operação Lava Jato. O alvo são 38
negócios identificados nos registros de pagamentos do Setor de Operações
Estruturadas da empresa - o chamado "departamento da propina" - nas
apurações da 35ª fase, batizada de Operação Omertà, que prendeu nesta
segunda-feira, 26, o ex-minnistro Antonio Palocci.
O
delegado da Polícia Federal Filipe Hille Pace, da equipe da Lava Jato,
em Curitiba, resolvou nesta terça-feira, 27, abrir o novo inquérito.
"Resolve: Instaurar
Inquérito Policial para amparar as medidas de polícia judiciária
decorrentes dada deflagração da 35° fase ostensiva da Operação Lavajato,
batizada de "Omertà", especificamente em relação ao núcleo de
investigação objeto das medidas cautelares deferidas", informa Pace, em
seu despacho.
São apurados suposta prática dos crimes de corrupção ativa passiva, quadrilha, lavagem de capitais e de fraudelicitações.
"Foram
identificados diversos beneficiários de recursos ilícitos
disponibilizados pelo Setor de Operações Estruturadas da Odebrecht",
informa o delegado.
Lista
Na
mira da PF estão 38 obras da empreiteira Odebrecht em todo o País e no
exterior. Os empreendimentos foram destacados pelo delegado em relatório
da Omertà, deflagrada nesta segunda-feira, 26, que teve como alvo
central o ex-ministro Palocci (Fazenda e Casa Civil/Governos Lula e
Dilma).
"Relaciono algumas das obras públicas e/ou
consórcios e empresas indicadas no documento mencionado, repetindo que,
por se tratarem de arquivos recuperados, estão parcialmente corrompidos,
não sendo permitindo vincular diretamente as obras e/ou consórcios e
empresas indicadas com os beneficiários encontrados e mencionados
acima", afirma.
Pace é taxativo. "É indubitável que
os nomes que colaciono motivaram pagamento de vantagens indevidas a
agentes ainda não identificados."
A Omertà investiga
as relações de Antonio Palocci com a Odebrecht. Planilha apreendida
durante a operação, identificou que, entre 2008 e o final de 2013, foram
pagos mais de R$ 128 milhões ao PT e seus agentes, incluindo Palocci.
As
obras alvo do novo inquérito não tem relação necessária com as propinas
pagas ao PT via Palocci. Novos nomes devem surgir, tanto de agentes
públicos, como de políticos e operadores.
Nenhum comentário:
Postar um comentário