O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Celso de Mello
determinou que um dos inquéritos que investiga o ex-deputado Eduardo
Cunha seja enviado à Justiça Federal do Distrito Federal. Na ação, Cunha
é investigado por suposta lavagem de dinheiro e corrupção passiva por
ter recebido e solicitado vantagens indevidas para propostas de
alteração de texto de medidas provisórias.
O inquérito foi aberto no STF em abril deste ano. A decisão do
ministro, divulgada hoje (28), atendeu a um pedido do Procurador-Geral
da República, Rodrigo Janot, que se manifestou pela remessa “em
decorrência da perda do mandato parlamentar imposta a Eduardo Cunha pela
Câmara dos Deputados”.
Segundo Janot, a competência do STF em
julgar o caso era justificada pelo fato do então deputado federal ter
foro privilegiado por prerrogativa de função. Com a perda do mandato,
cassado no último dia 12, a ação deveria ser enviada à primeira
instância.
“Todavia, é possível visualizar que Brasília é o local
no qual houve a tramitação das propostas legislativas, de maneira que o
atual estágio das investigações impõe a remessa do feito para a Justiça
Federal do Distrito Federal, sem prejuízo de posterior deslocamento da
competência caso os fatos apurados assim o recomendem”, disse o
procurador-geral em sua manifestação.
Mello acolheu a argumentação
e entendeu que a prerrogativa de foro de Cunha no STF “deixou de
prevalecer quando a Câmara dos Deputados decretou-lhe a perda do mandato
parlamentar”.
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