Apesar de pesquisas já terem mostrado
que, se sofrer um ataque cardíaco, uma mulher tem mais chances de
morrer do que um homem, o risco de doenças cardíacas é maior entre eles.
Os
ataques cardíacos no sexo masculino podem ocorrer mais cedo e, mesmo
depois da menopausa, quando a taxa das mulheres aumenta, ela nunca é tão
elevada quanto a dos homens.
Aliás, os homens costumam morrer mais cedo do
que as mulheres e muitos médicos dizem que essa diferença pode ser
explicada, entre outros motivos, pelo descaso que o sexo masculino tem
com a saúde. Enquanto as mulheres costumam visitar o médico com uma
frequência maior, os homens fazem menos exames de rotina e só consultam
um médico em caso de emergência.
Fatores de riscos que aumentam a chance de ataque cardíaco
Em 2009, o Ministério da Saúde lançou a Política Nacional da Saúde do Homem. Nesse documento, várias estatísticas foram compartilhadas e muitos dados seguem atuais.
Para
entender o porquê dos homens terem mais chance de morrer do coração do
que as mulheres, listamos os principais fatores de risco:
Uso de álcool (15,2%): O
uso moderado do álcool aparentemente tem um efeito protetor para a
doença cardíaca isquêmica (angina, infarto cardíaco) e para a forma
isquêmica da doença cerebrovascular (mais conhecida como AVC ou
derrame). Porém, existem dezenas de doenças que pioram ou surgem com o
uso contínuo do álcool, mesmo quando a pessoa não é alcoólatra. Como os
homens bebem muito mais do que as mulheres, o resultado é que o sexo
masculino sofre 6,0 vezes as consequências que o sexo feminino sofre
pelo uso excessivo do álcool.
Tabagismo (4,2%): Este
é outro fator de risco tradicionalmente ligado ao gênero masculino.
Muitas mulheres fumam, mas o número de fumantes ainda é maior entre os
homens e, por isso, a carga de doença decorrente do uso do tabaco nos
homens é 2,6 vezes a das mulheres. O fumo acarreta maior vulnerabilidade
às doenças cardiovasculares, câncer, doenças pulmonares obstrutivas
crônicas, doenças bucais e outras.
Pressão alta (3,3%): A
pressão ideal é menor do que 12 por 8. Acima disso, o risco de AVC,
infarto cardíaco, amputação e várias outras doenças cardiovasculares (do
coração e dos vasos sanguíneos) só aumenta. No Brasil, os homens têm
20% mais problemas de doenças causadas pela pressão arterial do que as
mulheres, e esse cenário poderia ser completamente diferente se os
homens tivessem o hábito de visitar o médico com frequência.
Colesterol alto (2,1%): Esse
é um dos principais fatores de risco para a doença cardíaca isquêmica e
o colesterol alto costuma surgir cerca de 5 anos mais cedo para os
homens.
Obs: A “carda de doença” é
um termo médico utilizado para expressar o impacto de uma doença ou
fator de risco. Segundo o Doutor Leonardo Ferreira Fontenelle:
“esse impacto é medido em anos de vida perdidos (quando mais precoce a
morte, pior), e ajustado para o grau de incapacidade das pessoas que não
morrem mas têm que conviver com a doença ou uma consequência da mesma”.
Outros
fatores de risco, como obesidade e diabetes, também podem causar
problemas graves no coração. Apesar das mulheres sofrerem mais os
efeitos dessas doenças, muitos homens acabam tendo um ataque cardíaco
por causa da má alimentação e falta de atividade física.
Maus hábitos
Um estudo realizado pelo Centro de Controle e Prevenção
de Doenças dos Estados Unidos (CDC) mostrou que as doenças
cardiovasculares foram a principal causa de morte em homens em 2009 – um
em cada quatro morreu por causa disso.
Como hoje
as mulheres já exercem as mesmas funções dos homens, aquela história de
cuidar da casa e da família enquanto o homem trabalha não existe mais e,
por isso, o estresse no trabalho e a intensidade das atividades
profissionais não justifica a diferença entre a probabilidade de um
homem e uma mulher enfartar.
Porém, ainda existe um predomínio na incidência de doenças cardiovasculares em homens pois eles lidam com o estresse de forma diferente e suas emoções levam ao aumento da pressão arterial e a hábitos alimentares inadequados.
Em
uma entrevista para a Revista Viva Saúde, Ricardo Mourilhe,
vice-presidente da Sociedade de Cardiologia do Estado do Rio de Janeiro
(Socerj), diz: “Se você colocar uma mulher nas mesmas condições, os
riscos são os mesmos. Os homens ainda apresentam maior tendência a comer
pior, fumar mais e ainda faltam às consultas médicas”.
Ou seja:
comer bem, praticar atividade física, beber com moderação e largar o
cigarro são atitudes que vão te fazer viver mais mas, além disso, você
precisa visitar o médico pelo menos uma vez por ano.
As principais doenças
As principais doenças do coração são: o infarto do
miocárdio e a doença arterial periférica – o estreitamento das artérias
que levam sangue ao coração. Mas Ricardo Mourilhe afirma: “Porém, outras
doenças cardiológicas não menos importantes ou graves devem ser
lembradas, tais como as doenças valvares, congênitas, hipertensivas e a
insuficiência cardíaca”.
As causas dessas doenças,
como já listamos anteriormente, estão relacionadas a comportamentos de
risco, como tabagismo, obesidade, fatores psicossociais, sedentarismo e
estresse.
A prevenção
Você provavelmente já sabe como se prevenir desses problemas, mas a gente precisa lembrar: controle
os fatores de risco. Adquira hábitos saudáveis na alimentação, diminua
o consumo de sódio, açúcar e gordura e faça atividade física pelo menos
30 minutos por dia.
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