O ministro do STF
(Supremo Tribunal Federal) Teori Zavascki liberou para julgamento a
segunda denúncia oferecida pela Procuradoria-Geral da República contra o
deputado afastado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) por suspeitas de que suas
contas secretas na Suíça foram abastecidas por propina da Petrobras.
A
expectativa é de que a acusação seja analisada pelo plenário do STF no
dia 23. Nesta quinta (9), o juiz Sergio Moro aceitou denúncia e
transformou em ré a mulher de Cunha, a jornalista Claudia Cruz por
lavagem de dinheiro e evasão de divisas pelo esquema das contas na
suíça.
Se o STF acolher a denúncia, Cunha será transformado em réu
pela segunda vez. O Supremo já abriu uma ação penal contra Cunha sob
acusação de receber US$ 5 milhões em propina por contratos de
navios-sonda da Petrobras.
No caso da Suíça, ele é acusado de
corrupção, evasão de divisas e lavagem de dinheiro. Nela, o
procurador-geral da República, Rodrigo Janot, acusa o peemedebista do
recebimento de R$ 5,2 milhões por viabilizar a aquisição de um campo de
petróleo em Benin, na África, pela Petrobras.
Janot pede ao
Supremo a devolução dos valores apreendidos nas contas da Suíça e a
reparação de danos materiais e morais no valor de duas vezes a suposta
propina cobrada, além da perda do mandato.
As transferências
ocorreram entre 2010 e 2011, a partir de uma conta no exterior do
lobista João Augusto Henriques, a contas ligadas a Cunha. Janot aponta
que Cunha era um dos responsáveis do PMDB pela indicação do então
diretor Internacional da Petrobras, Jorge Zelada, e que por isso recebeu
um percentual dos negócios da estatal.
Os recursos desviados
teriam pago viagens e despesas luxuosas para a família de Cunha. Cunha
nega as acusações e diz que as transferências para suas contas no
exterior foram pagamentos a um empréstimo a um ex-deputado, e não
propina. Diz também que não era titular das contas, que estavam em nome
de trusts, instituto jurídico para administrar os bens de terceiros.
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