O presidente da Comissão Processante do Impeachment, senador Raimundo
Lira (PMDB-PB), recuou da decisão de reduzir o prazo de alegações
finais da defesa da presidente Dilma Rousseff e anunciou hoje (6) a
restituição do prazo inicialmente previsto de 15 dias.
Lira
havia deferido questão de ordem da senadora Simone Tebet (PMDB-MS) na
semana passada, sob alegação de que o prazo poderia ser reduzido para
cinco dias corridos em razão de mudanças no Código de Processo Penal
posteriores ao impeachment do ex-presidente Fernando Collor de Mello, quando foi utilizado prazo de 15 dias.
O
advogado de defesa da presidente afastada, José Eduardo Cardozo,
apresentou recurso ao presidente do processo, ministro Ricardo
Lewandowski, solicitando que a mudança no prazo fosse revista e que
fosse adotado prazo de 20 dias, uma vez que esse foi o período concedido
para as alegações iniciais da defesa.
O presidente da comissão
acatou hoje parcialmente o recurso de Cardozo, restaurando o prazo de 15
dias. Lira disse que esta foi uma decisão pessoal, tomada após uma
“reflexão filosófica” que o fez evoluir em seu pensamento.
“Era
razoável que a defesa trabalhasse com a expectativa de direito baseado
no prazo processual de 1992”, afirmou Raimundo Lira, considerando ainda
que, se há duas possibilidades de prazo, a dúvida deve ser a favor do
réu. Nesse caso, o prazo de 15 dias.
“Essa decisão foi
absolutamente pessoal. Como disse na última reunião, na presidência não
podemos aceitar qualquer tipo de pressão, porque isso desvirtuaria o
trabalho de nossa comissão”, acrescentou o presidente. Raimundo Lira
informou que se embasou em pareceres técnicos.
Ainda são
aguardados para hoje decisões de Lewandowski relativas a outros recursos
apresentados, entre eles o do senador Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP),
que requer redução de 48 para 16 o número de testemunhas de cada parte
no processo.
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