O juiz Sergio Moro,
responsável pela Operação Lava Jato na primeira instância, negou acesso
aos advogados de João Santana aos autos da investigação sobre pagamentos
realizados pela Odebrecht ao marqueteiro. Santana foi responsável pelas
campanhas presidenciais de Lula e Dilma Rousseff.
De acordo com
Moro, a abertura dos dados poderia pôr em risco o rastreamento de
recursos financeiros ou mesmo levar à destruição de provas.
"Como diz o ditado, dinheiro tem coração de coelho e patas de lebre", escreveu o juiz, em despacho datado de terça-feira, 16.
Segundo
informações da Folha de S.Paulo, a Lava Jato investiga pagamentos da
empreiteira Odebrecht ao publicitário em contas no exterior. Eles se
recusaram a comentar sobre a investigação, alegando que não tiveram
acesso ao inquérito.
De acordo com a investigação em curso,
Santana teria recebido valores em 2014, quando ele fez as campanhas de
Dilma, no Brasil, e de José Domingo Arias, derrotado no Panamá –país
onde a Odebrecht tem forte atuação.
Os advogados do marqueteiro
pediram acesso à investigação junto à 13ª Vara Federal de Curitiba, logo
após a Folha revelar que a Lava Jato investiga a relação de Santana com
a Odebrecht.
Ao negar o acesso, Moro escreveu que o fato de
"jornais e revistas terem especulado" sobre a investigação não altera a
necessidade de sigilo e provocou Santana:
"Evidente, querendo,
poderá o investigado antecipar-se à conclusão da investigação e
esclarecer junto à autoridade policial seu eventual relacionamento com o
grupo Odebrecht".
Nenhum comentário:
Postar um comentário