A defesa do empresário Jonas Suassuna, um dos donos do Sítio Santa
Bárbara, em Atibaia (SP), – frequentado pelo ex-presidente Luiz Inácio
Lula da Silva e família – apresentou reclamação ao Supremo Tribunal
Federal (STF) em que pede a suspensão do procedimento de investigação
criminal da força-tarefa da Operação Lava Jato, em Curitiba, e o
adiamento de seu depoimento, marcado para quinta-feira, 25.
“Tendo
em vista que está prevista para o dia 25 de fevereiro de 2016, no
Ministério Público Federal do Paraná, a oitiva do patrocinado Jonas
Leite Suassuna Filho nos autos do procedimento investigatório criminal,
sem que dele tenham os reclamantes obtido acesso amplo, e garantida a
cópia dos elementos de prova já documentados, requer-se (…) a
determinação de sobrestamento do procedimento investigatório (…),
abstendo-se a Autoridade Reclamada de praticar qualquer ato de
investigação até o julgamento do mérito da presente reclamação,
sobrestando-se, inclusive, a oitiva acima aludida”, pediu a defesa de
Suassuna, em reclamação do dia 19, sexta-feira.
Os defensores de
Suassuna pedem a suspensão do procedimento investigatório criminal,
alegando que a Procuradoria da República, no Paraná, impediu acesso aos
autos contrariando súmula vinculante nº 14 do STF.
Suassuna é um
dos donos do sítio é frequentado por Lula. A Lava Jato investiga obras
feitas na propriedade por empreiteiras do cartel que acusado de
corrupção na Petrobrás – Odebrecht e OAS -, como compensação às por
contratos firmados com o governo. O empresário e o outro dono do sítio,
Fernando Bittar – filho do ex-prefeito de Campinas Jacó Bittar (PT) –
são sócios de um dos filhos do ex-presidente, Fábio Luís Lula da Silva, o
Lulinha.
Assinada pelos criminalistas Ary Bergher, Raphael
Mattos, Mauro Gomes de Mattos, Fabio Dias e Daniela Senna, a reclamação
foi encaminhada ao presidente do STF, ministro Ricardo Lewandowski.
Os
defensores reclamam que a Procuradoria da República “decidiu conceder
apenas vista do procedimento, condicionada, ainda, a determinado dia e
lugar”. “A advogada obteve vista dos autos, contudo, não lhe foi
autorizado retirar de cópias, ainda que por meio fotográfico.”
No
dia 15, após ser divulgada a autorização dada pelo juiz federal Sérgio
Moro – que conduz os processos da Lava Jato em primeiro grau -, a defesa
de Suassuna divulgou petição em que informava que o empresário queria
ser ouvido o mais cedo possível. Também diz ter tornado disponíveis os
sigilos bancário e telefônico de Suassuna, a partir da data que os
investigadores julgarem conveniente.
Um dos alvos do inquérito que
envolvem a família do ex-presidente Lula, o procedimento tem três
volumes e dezesseis apensos. Há ainda “mais de dez horas de depoimentos
audiovisuais”, segundo a defesa de Suassuna.
“Houve uma clara
restrição ao direito dos ora reclamantes, na qualidade de advogados
constituídos nos autos de um procedimento investigatório criminal em
trâmite no Ministério Público Federal do Paraná, de terem acesso amplo
aos elementos de prova já documentados, na medida em que foram, como
continuam, impedidos de extrair cópia reprográfica dos autos, ou mesmo
de obter fotografia, limitando-os a simples vista, com dia e lugar
marcados”, informa a reclamação apresentada ao STF.
Nenhum comentário:
Postar um comentário