BRASÍLIA- A presidente
Dilma Rousseff chamou neste sábado uma reunião com ministros, no Palácio
da Alvorada, para discutir a proposta de orçamento a ser enviada ao
Congresso na segunda-feira e o seu principal dilema, neste momento, diz
respeito à recriação da Contribuição Provisória sobre Movimentação
Financeira (CPMF).
Embora o ministro da Saúde, Arthur Chioro,
tenha dito haver consenso no governo sobre a necessidade de volta da
CPMF, a equipe está dividida. O vice-presidente Michel Temer disse a
Dilma, na sexta-feira, que o momento é impróprio para aumento de
impostos e se recusou a ajudar na articulação política da proposta no
Congresso.
“Essa proposta não passa nem na Câmara nem no Senado”,
avisou Temer, em conversa com a presidente, por telefone. Nos
bastidores, a medida é considerada um “desastre” pelo núcleo político do
governo. Empresários e até partidos aliados são contra a medida.
Governo Dilma Rousseff passa por grave crise política e econômica
Dida Sampaio/Estadão
“Você acha que a presidente está feliz? Ela está
resistente em encaminhar o projeto. Não acha que seja uma boa medida e
ainda é desgastante para o governo no Congresso”, afirmou um auxiliar de
Dilma.
A proposta da equipe econômica, para cobrir o rombo
estimado entre R$ 70 bilhões e R$ 80 bilhões no Orçamento de 2016, é
ressuscitar o imposto do cheque. A CPMF foi derrubada em 2007 pelo
Senado, na maior derrota do governo Lula. Na tentativa de atrair apoio, a
estratégia prevista pelo Planalto consiste em distribuir a receita
arrecadada entre União, Estados e municípios. (COLABOROU GUSTAVO PORTO)
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