Após a aprovação de Alexandre de Moraes como novo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), o presidente Michel Temer escolheu o deputado federal Osmar Serraglio (PMDB-PR)
como novo ministro da Justiça e Segurança Pública. O nome dele ganhou
força após a negativa do advogado Carlos Velloso, que recusou o convite
na última sexta-feira alegando motivos particulares.
Com a
escolha, a bancada do PMDB consegue seu objetivo e assume mais um
ministério de peso na Esplanada. O ponto alto da carreira do parlamentar
foi em 2005, quando ele, um deputado inexperiente em segundo mandato
foi escolhido para ser o relator da Comissão Parlamentar de Inquérito
(CPI) dos Correios, que desencadeou o escândalo e o posterior julgamento do Mensalão.
Quando
foi escolhido, a expectativa é que ele, como um parlamentar integrante
da base aliada do governo Lula (PT) fosse o nome perfeito para que a CPI
terminasse sem prejuízos maiores ao governo. O relatório produzido por
ele baseou a denúncia da Procuradoria-Geral da República (PGR) ao STF em 2006, que resultou na condenação de figuras importantes do PT, como o ex-ministro José Dirceu.
Durante o julgamento do Mensalão, em 2012, Serraglio deu entrevista a VEJA
em que manifestava seu descontentamento com quem dizia que o escândalo
não existiu. “Não admito que se diga isso. Em matéria de provas, nossa
CPI foi muito consistente. Relatamos as evidências que colhemos – não
inventamos nada”, afirmou à época.
Biografia
Osmar José
Serraglio, de 69 anos, é natural de Erechim (RS), mas fez carreira
política no Paraná. É formado em Direito pela Faculdade de Direito de
Curitiba e mestre em Direito do Estado pela PUC-SP. Ele se filiou ao
extinto Movimento Democrático Brasileiro (MDB) em 1978 e continuou na
legenda após a sua refundação, em 1981, como PMDB.
Seu
primeiro cargo eletivo, no entanto, só veio na década seguinte, em
1993, quando se tornou vice-prefeito de Umuarama (PR). Exerce mandatos
como deputado federal desde 1999, estando atualmente em seu quinto
mandato na Câmara dos Deputados. No legislativo, exerceu funções
diversas, como a vice-liderança do PMDB na Câmara. Ele chegou a liderar,
como substituto, o governo da ex-presidente Dilma Rousseff (PT) no
legislativo, em 2011.
Em 2016, Osmar Serraglio assumiu a
presidência da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara e foi
apontado como um dos aliados próximos do ex-deputado Eduardo Cunha
(PMDB-RJ) e que sua ascensão ao posto tinha relação direta com o processo de cassação
contra ele. Eleito por 43 a 7 para o cargo, ele rechaçou ter qualquer
relação com articulações favoráveis a Cunha. “Mal consigo chegar em
algum lugar e já dizem que eu devo isso a todo mundo, menos a mim
próprio. Eu construí uma história. A minha história vale por si”,
afirmou.
Alguns meses antes, em entrevista ao site de VEJA,
Serraglio havia afirmado que Cunha, que já enfrentava acusações de
corrupção, não tinha condições de seguir presidindo a Câmara. Ainda em
2016, ele votou a favor do impeachment de Dilma Rousseff.
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