São Paulo – A Câmara dos Deputados
aprovou ontem um projeto para criar o Documento de Identificação
Nacional (DIN), um documento único que reuniria todos os dados dos
brasileiros por meio de uma tecnologia de chip. O texto ainda vai ser
enviado para o Senado e, se aprovado, passará pela sanção do presidente Michel Temer (PMDB).
O projeto de lei, que tem o número 1775/15, foi enviado ao Congresso pela União. O texto aprovado ontem, contudo, era um substituto feito pelo deputado Julio Lopes (PP-RJ).
De
acordo com o projeto, o DIN iria dispensar a apresentação de outros
documentos nacionais (como o RG, CPF e título de eleitor). Ele seria
emitido pela Justiça Eleitoral ou por delegação do Tribunal Superior
Eleitoral (TSE) a outros órgãos, podendo inclusive substituir o título
de eleitor.
O documento seria impresso pela Casa da Moeda e teria o
número do CPF como base para identificação do cidadão. Já os documentos
emitidos pelas entidades de classe somente seriam validados se
atendessem os requisitos de biometria e de fotografia conforme o padrão
utilizado no DIN. As entidades de classe teriam ainda dois anos para
adequarem seus documentos aos requisitos exigidos pelo novo documento.
Identificação nacional
O
projeto prevê ainda que o documento seja emitido com base na
Identificação Civil Nacional (ICN), um cadastro que usaria a base de
dados biométricos da Justiça Eleitoral, a base de dados do Sistema
Nacional de Informações de Registro Civil (Sirc), da Central Nacional de
Informações do Registro Civil (CRC – Nacional), da Justiça Eleitoral,
dos institutos de identificação dos estados, do Instituto Nacional de
Identificação, entre outros órgãos.
Essa nova base de dados seria
armazenada e gerida pelo TSE, que teria de garantir o funcionamento
simultâneo entre os sistemas eletrônicos governamentais, ou seja, uma
comunicação eficiente sem problemas de compatibilidade.
O TSE
garantiria à União, aos estados, ao Distrito Federal, aos municípios e
ao poder legislativo o acesso à base de dados da ICN, de forma gratuita,
exceto quanto às informações eleitorais. A integração da ICN ocorreria
ainda com os registros biométricos das polícias Federal e Civil.
Seria
proibida a comercialização, total ou parcial, da base de dados da ICN,
com pena de detenção de 2 a 4 anos e multa para quem descumprir essa
proibição.
Além disso, o projeto prevê a criação um comitê da ICN,
composto por três representantes do Executivo federal, três
representantes do TSE, um da Câmara dos Deputados, um do Senado Federal e
um do Conselho Nacional de Justiça (CNJ).
Se o projeto for
aprovado no Senado e sancionado por Temer, o comitê teria a atribuição
de recomendar os padrões técnicos da ICN e as diretrizes para
administração do Fundo da Identificação Civil Nacional (FICN), que
custearia o desenvolvimento e a manutenção do cadastro.
*Com informações da Agência Câmara.
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