O empresário Eike Batista foi fundamental para a 34ª fase da
Operação Lava Jato. Foi por causa de um depoimento dele, feito de forma
espontânea, à Procuradoria-Geral da República e ao Ministério Público
Federal, que os investigadores conseguiram provas contra o ex-ministro
da Fazenda, dos governos de Lula e Dilma, Guido Mantega, preso nesta quinta-feira. O nome desta fase, Arquivo-X, é uma referência à companhia OSX, do empresário.
Além
de Mantega, são alvos da operação executivos da OSX, de Eike, e
integrantes da construtora Mendes Júnior. Eles são investigados por
supostos desvios na construção das plataformas P-67 e P-70, da
Petrobras, construídas para a exploração do pré-sal, em 2012.
A
Polícia Federal tem indícios de que Mantega atuou diretamente no
repasse de recursos ao PT, a fim de pagar dívidas de campanha.
O
empresário disse em depoimento que, em novembro de 2012, recebeu pedido
de Mantega, que era presidente do Conselho de Administração da
Petrobras, para que fizesse um pagamento de 5 milhões de reais ao
PT. Para operacionalizar o repasse da quantia, o executivo da OSX foi
procurado e firmou contrato falso com empresa ligada a publicitários já
denunciados na Operação Lava Jato por disponibilizarem seus serviços
para a lavagem de dinheiro oriundo de crimes. Após uma primeira
tentativa frustrada de repasse em dezembro de 2012, em 2013 foi
realizada transferência de 2,3 milhões de reais no exterior, entre
contas de Eike Batista e dos publicitários.
O procurador Carlos
Fernando dos Santos Lima explicou na manhã desta quinta-feira que, após o
pedido de Mantega, Eike ajudou a provar os fatos, e afirmou ainda que o
empresário entra na investigação apenas como testemunha, não como
investigado.
“Eike nega que haja uma ligação desses fatos com
qualquer pagamento de propina. Entretanto, as coincidências nos levam a
crer que se tratava, sim, de propina”, afirmou Santos Lima. “Ele (Eike)
sabia que estavam sendo pagas propinas.”
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