O
nadador americano Ryan Lochte, envolvido no caso de falsa declaração de
assalto durante os Jogos Olímpicos do Rio, perdeu dois patrocinadores
nesta segunda-feira (22).
A primeira empresa a anunciar que não apoiará mais o atleta foi
a Speedo USA. Em seguida, a Ralph Lauren, grife de roupas, também
divulgou que não irá renovar o contrato com o americano.
Além das marcas, Lochte também conta com patrocínio da marca de colchões Airweave.
"Como
parte da decisão, a Speedo USA doará US$ 50 mil dólares do valor pago a
Lochte à Save The Children, uma instituição global de caridade parceira
da matriz da Speedo, para crianças do Brasil", declarou a companhia em
comunicado divulgado em seu Twitter.
"Embora tenhamos usufruído de
um relacionamento vitorioso com Ryan [Lochte] por mais de uma década e
ele tenha sido um membro importante do time Speedo, nós não podemos
perdoar comportamento que vai contra os valores que esta marca defende
há tanto tempo", afirmou a empresa.
A Speedo agradeceu os feitos de Lochte, e disse ainda que "espera que ele siga adiante e aprenda com essa experiência".
De
acordo com o programa Good Morning America, da rede americana ABC, a
grife de roupas divulgou o seguinte comunicado: "A Ralph Lauren continua
a apoiar o time americano com orgulho. E valoriza os atletas que vestem
a nossa marca. O contrato específico com Ryan Lochte, feito
especificamente para a Rio 2016, não.
A Folha de S. Paulo destaca
ainda que a empresa do produtos estéticos Syneron Candela, que havia
escolhido Lochte como embaixador global da marca para um de seus
produtos em abril, disse que vai esperar a conclusão da investigação dos
fatos ocorridos no Rio com o nadador.
"A situação atual no Brasil
em relação a Ryan Lochte é uma investigação em andamento. Assim sendo,
iremos suspender nossas decisões até termos um entendimento mais
completo da situação", disse a empresa à agência de notícias Reuters.
ENTENDA O CASO
A
polêmica envolvendo quatro nadadores dos EUA começou durante a
Olimpíada do Rio, quando Ryan Lochte, 32, afirmou ter sido assaltado na
madrugada, quando voltava à Vila Olímpica depois de sair de uma casa
temática da França na Lagoa Rodrigo de Freitas.
Ele estava
acompanhado por outros três nadadores: Gunnar Bentz, Jack Conger e Jimmy
Feigen.Três dias depois, a Justiça do Rio entendeu que havia
divergências nos relatos dos atletas e determinou a apreensão dos
passaportes dos nadadores norte-americanos Ryan Lochte e Jimmy Feigen.
Com
a medida, eles estariam impedidos de sair do Brasil. Lochte, porém, já
havia deixado o país 24h antes do impedimento da Justiça.
A
Polícia Federal, então, impediu o embarque de dois nadadores americanos,
Gunnar Bentz e Jack Conger, em um voo com destino aos Estados Unidos.
Eles foram impedidos de deixar o Brasil até prestarem esclarecimentos à
Polícia Civil sobre o suposto assalto, na quinta (18).
A Folha de
S.Paulo esteve no posto de gasolina em que os atletas disseram ter sido
assaltados e entrevistou o dono do estabelecimento, que pediu para não
ser identificado.
Ele afirma que os americanos "não entraram no
banheiro. Começaram a urinar no jardim e na parede na lateral da
loja".Câmeras de segurança do posto gravaram o ocorrido. As imagens
foram exibidas pela TV Globo.
Os policiais concluíram que os
atletas se envolveram em uma briga quando retornavam à Vila Olímpica e
que não houve um assalto.O comitê olímpico dos EUA e Ryan Lochte pediram
desculpas ao Brasil.
Além de possíveis perdas com patrocinadores,
Lochte pode sofrer punições também no âmbito esportivo. O diretor-geral
do Comitê Olímpico dos Estados Unidos, Scott Blackmun, prometeu neste
domingo (21) que os quatro atletas americanos da equipe de natação devem
receber sanções em breve. Com informações da Folhapress.
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